Cavalera Conspiracy chega ao quarto álbum

Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo “Piolho” Monteiro para o Rock Master!

Em 2007, Max (vocal/guitarra) e Iggor Cavalera (bateria) fizeram as pazes. A dupla não se falava desde 1996, quando Max deixou o Sepultura por razões que todos conhecem. O resultado da reunião dos irmãos foi “Inflikted”, primeiro álbum do Cavalera Conspiracy, grupo criado pelos dois para, em tese, mostrar ao mundo como o Sepultura soaria caso eles ainda estivessem na banda e a influência de Andreas Kisser não fosse tão grande.

Lá se vão onze anos e o grupo prevaleceu, a despeito das agendas cheias de seus criadores (Max divide seu tempo entre o trabalho com o irmão e o Soulfly; Iggor tem um projeto de música eletrônica com a esposa, o Mixhell). “Psychosis” é seu quarto registro e, na minha modesta opinião, soa superior aos anteriores “Blunt Force Trauma” (2011) e “Pandemonium” (2014). Aqui os irmãos conseguiram trazer de volta um pouco da sonoridade que marcou o Sepultura em seus primeiros anos, adicionando elementos do metal moderno em uma mistura que, se não soa original, não faz feio. Por “sonoridade que marcou o Sepultura em seus primeiros anos”, entenda-se, o que fizeram em “Schizophrenia” e “Benath the Remains”, não “Morbid Visions” e “Bestial Devastation”.

Contando com o membro honorário da família Cavalera, o guitarrista Marc Rizzo (que também faz parte do Soulfly de Max desde 2004) e o baixista/tecladista Arthur Rizk, que também produz o álbum, “Psychosis” mostra que Max, quando quer, ainda consegue fazer música relevante, mesmo que o álbum não seja nada memorável. Com isso, quero dizer que este é um álbum típico de thrash metal com pegada de death e alguns toques modernos aqui e ali, mas que não traz nada que não estejamos acostumados a escutar, especialmente se você é fã do metal extremo “de raiz” (ou “old school”, caso não seja adepto a essas gírias modernas).

Uma coisa que “Psychosis” dispensa são as introduções instrumentais, tão em voga hoje em dia. “Insane” abre o álbum com todo mundo metendo o pé lá embaixo e uma velocidade excelente. A transição dela para “Terror Tactics” é tão fluida (e isso acontece em demais momentos do álbum) que nem dá pra perceber direito que houve uma mudança de faixa, ainda que haja diversos elementos diferentes entre elas.

“Psychosis” é um álbum bastante homogêneo, variando muito pouco entre thrash e death metal. Há alguma influência de metal industrial (“Hellfire”) e de algo mais tribal, típico do Soulfly na faixa título, cuja introdução ficou a cargo de Laima Leyton, esposa de Iggor. No geral, no entanto, o Cavalera Conspiracy apresenta praticamente mais do mesmo. O que, no caso deles, é algo bom.
Com nove faixas e cerca de 41 minutos de duração, “Psychosis” é mais um bom produto da dupla Max e Iggor, ainda que o destaque individual do álbum seja o guitarrista Marc Rizzo. O álbum foi lançado por aqui esse ano pela Hellion Records.

Agradecimentos: Hellion Records

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