Visions of Atlantis retorna às raízes com novo álbum

Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o Rock Master!

O Visions of Atlantis foi formado na Áustria, no ano 2000, como parte da primeira onda de bandas dedicadas ao metal sinfônico, aquele subgênero do heavy metal onde o vocal principal é feito por uma vocalista, geralmente com formação clássica e o instrumental mistura o peso do power metal com orquestrações. No caso do Visions of Atlantis, o vocal operístico feminino é contrabalançado com uma voz masculina limpa, algo mais similar à sonoridade de bandas como Lacuna Coil e Nightwish do que Epica ou a extinta After Forever.

Entre 2002 e 2005 a banda passou por seu melhor momento, graças à popularidade do metal sinfônico, que fez com que os álbuns “Eternal Endless Infinity” e, principalmente, “Cast Away” os proporcionasse longas turnês por Europa, Ásia e mesmo Estados Unidos. De 2007 em diante, a banda passou por inúmeras formações diferentes, com mudanças constantes especialmente nos vocais. Isso fez com que o Visions of Atlantis acabasse por ter que adotar uma sonoridade menos sinfônica e mais tradicional, o que alienou parte de seus fãs. Em 2013, a francesa Clémentine Delauney, cantora com formação clássica, entrou para a banda, o que proporcionou a chance do grupo voltar à sua sonoridade original.

Em 2017 apenas o baterista Thomas Caser restava da formação original do Visions of Atlantis. Acompanhado por Clémentine, Siegfried Samer (vocal), Christian Douscha (guitarras) e Herbert Glos (baixo), o Visions of Atlantis entrou em estúdio com o objetivo de gravar um álbum de metal sinfônico que fizesse jus à sonoridade original da banda. “The Deep & The Dark” é resultado desse esforço e é seguro dizer que o intento de Caser foi alcançado.

“The Deep & The Dark” parece um álbum saído diretamente do começo do século, quando o metal sinfônico estava no auge de sua popularidade e, talvez por isso, ele funcione bem. O álbum é uma viagem musical àquela época e traz todos os elementos que fizeram o gênero tão popular e, infelizmente, supersaturado, no começo da década passada. O VoA faz um metal energético, com refrões “pegajosos” e uma produção (essa sim, característica dos tempos atuais) onde todos os instrumentos funcionam da maneira adequada. Se há um certo desequilíbrio entre os vocais de Clémentine e Siegfried, já que ela tem mais espaço do que ele, isso não causa incômodos, muito antes pelo contrário. Talvez apenas para Siegfried, já que ele abandonou banda pouco depois do lançamento do álbum.

Com 41 minutos de duração e tendo como destaque músicas como “The Deep & The Dark”, “Return do Lemuria”, “Book of Nature” e “The Grand Illusion”, “The Deep & The Dark” tem tudo para agradar fãs dos primeiros álbuns de Nightwish, Lacuna Coil e Within Temptation, dentre outros.

“The Deep & The Dark” foi lançado por aqui no ano passado através da Hellion Records.

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