Resenha: “Rhapsody from Brontoland”, do Revenge, resgata uma das pérolas do metal nacional

Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o Rock Master!

Que os anos de 1980 foram férteis para o rock nacional, isso não se questiona. Aquela foi a década em que um sem número de bandas, tanto as que praticavam um som mais radiofônico quanto as adeptas do então chamado “rock pauleira”, surgiram para o mundo. Algumas deste último grupo, como o Sepultura, Sarcófago, Overdose e Viper alcançaram um certo sucesso, ainda que em níveis diferentes. Outras ficaram para trás e quase que desapareceram da memória. O Revenge, infelizmente, faz parte deste segundo grupo.

Formada no ABC paulista em 1987, o quarteto gravou apenas um álbum. “Rhapsody in Brontoland” foi lançado em 1990 pela Hellion Records que, 28 anos depois, aparece pela primeira vez em CD, pelas mãos da mesma gravadora, em uma iniciativa conjunta com o grupo formado por Fernando Vinei (vocal), Affonso Jr (guitarra), Marcos Pessoto (baixo) e Armando Jr. (bateria). Um trabalho hercúleo, já que, como a fita master do álbum há muito se perdeu, toda a remasterização foi feita em cima do vinil.

Isso, claro, prejudica um pouco a produção, que soa um pouco “suja”, com tudo um pouco abafado. Mas isso não tira o mérito do trabalho, nem tampouco influi na qualidade do que se ouve. O que o Revenge trouxe em seu “Rhapsody in Brontoland” é um power metal de respeito, bastante influenciado pelo erudito, com todos os integrantes fazendo seus trabalhos com bastante competência, tendo destaque a guitarra de Affonso e os vocais de Fernando, ainda que a cozinha de Marcos e Armando não fique muito atrás.

Para o primeiro registro de uma banda iniciante, “Rhapsody in Brontoland” traz uma sonoridade muito legal e compacta, já que o álbum tem uma duração total pouco acima dos 30 minutos.

Com faixas como “Mélodie Por Une Temps”, “Atlantis” e “Fallen Hero” dentre as melhores, “Rhapsody in Brontoland” é um belo registro de uma banda brasileira que merecia uma sorte melhor. Ah, e não podemos nos esquecer de mencionar que a capa do álbum traz a arte de Marcatti, um dos maiores nomes dos quadrinhos brasileiros de todos os tempos.

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