Resenha: “Judge Not” é bom registro na discografia do Blitzkrieg

Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o Rock Master!

O Blitzkrieg é praticamente uma instituição do heavy metal britânico. Formada em Leicester em 1980, no auge do NWOBHM, a banda chegou ao seu 15º álbum (somando-se aí trabalhos em estúdio, ao vivo e coletâneas) em 2018. “Judge Not”, lançado por aqui pela Hellion Records, tem tudo para agradar os fãs do estilo que revelou ao mundo bandas como Saxon e o Iron Maiden, ainda que o som do Blitzkrieg se aproxime mais da primeira.

Brian Ross (vocais) é o único membro remanescente da primeira formação da banda e, apesar de mais de três décadas desde o primeiro álbum do Blitzkrieg, “A Time of Changes”, ele ainda consegue fazer seu trabalho com competência. Em “Judge Not”, Brian tem a companhia de Ken Johnson (guitarra, teclados), Alan Ross (guitarra, filho de Brian), Huw Holding (baixo) e Matt Graham (bateria), que fazem um trabalho muito bom, sem exageros nos virtuosismos e malabarismos. Contribui também para a qualidade geral do álbum o trabalho de Jonas Haagensen, produtor veterano que soube equilibrar bem todos os fatores aqui envolvidos. O álbum tem um som cristalino, onde todos os instrumentos e a voz de Brian soam de forma bastante harmoniosos, sem atropelos.

Musicalmente falando, “Judge Not” é um álbum típico da primeira fase do NWOBHM, ou seja, um heavy metal direto, enérgico, com alguns bons riffs e solos aqui e ali. O Blitzkrieg não tenta reinventar a roda, o que é um ponto positivo para eles, ainda mais se levarmos em conta o quanto os fãs do heavy metal tradicional são resistentes a esse tipo de coisa. Por outro lado, ao fazer isso o Blitzkrieg não deixa a sua zona de conforto, o que torna “Judge Not” um álbum relativamente previsível se você é familiarizado com o som da banda. Se, no fim das contas, isso é algo bom ou ruim, cabe a cada um julgar.

“Judge Not” é um álbum bem homogêneo, mas com seus altos e baixos. Alguns destaques individuais ficam para “Forever is a Long Time”, “Loud and Proud”, Angels and Demons”, “Judge Not Lest You Yourself Be Judged”, a balada “Without You”, onde Brian cede seu lugar para o filho e “Wide Legged and Headless”, onde o vocalista canaliza seu Alice Cooper interior quando da elaboração de suas letras.

“Judge Not” não é o melhor trabalho do Blitzkrieg e, nem de longe, o melhor álbum de metal lançado no ano passado. Mesmo assim, isso não tira seus méritos, que superam em muito seus defeitos. Vale muito a pena para aqueles que são fãs do NWOBHM, ou, como o Blitzkrieg gosta de chamar, o “True British Metal”.

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