Texto: Rodrigo “Piolho” Monteiro (sobre press-release)
Uma das músicas mais populares da banda carioca Lyria, “The Rain“, acaba de ganhar um clipe. Inspirada na história de um fã australiano, diagnosticado no espectro do autismo, a canção fala sobre superação e sobre amor. O clipe foi gravado na Casa Santa Ignez, no Rio, e mostra uma série de “easter eggs” relativos ao transtorno, como uma forma de chamar a atenção para a causa. A faixa faz parte do disco “Immersion”, lançado em 2018.
“Gostamos de falar sobre temas emocionais, que merecem atenção e que causam identificação com os ouvintes. ‘The Rain’ é uma das músicas mais queridas do público e fala sobre autismo, sensações, vida e superação”, revela Aline Happ, vocalista do Lyria.
A canção foi inspirada em um poema escrito por Warren Mayocchi que, junto da letra de “The Rain“, pode ser encontrado no livro “Human: Finding Myself in the Autism Spectrum”. O fã se encontra no espectro do autismo e a canção retrata a superação dos obstáculos enfrentados por sua condição. A música aborda a sensação de isolamento, a dificuldade em se abrir e como o amor pode se tornar uma fonte de segurança e de confiança em si próprio.
O vídeo para “The Rain” é repleto de simbolismos. A começar pelo figurino, os vestidos na cor azul e as capas nas cores azul e vermelho arroxeado remetem à luta pela causa. A própria capa pode ser entendida como um véu que esconde a pessoa e que traz uma sensação de proteção. A chuva caindo remete a uma experiência sensorial única e ao sentimento de liberdade.
Ao retirar o capuz e curtir a chuva, é possível ver a entrega às novas sensações. A passagem pela porta mostra a transição entre a infância e a idade adulta. Também nota-se as pernas da criança posicionadas, de forma bem característica, em W. O quebra-cabeça remete à preferência dos autistas por jogos individuais e lógicos, além de ser um dos símbolos do autismo.
O clipe também mostra o encontro da protagonista com sua versão na infância, trazendo um contraponto entre a fascinação infantil e a realidade da vida adulta, entre a liberdade em estar sozinho e o conforto de aprender a se relacionar. A falta de contato visual da criança com o espectador muda quando a criança se torna adulta, superando algumas barreiras para olhar nos olhos de quem a assiste. O adulto se reconecta com a criança de forma a relembrar a sua verdadeira essência, e agora, trazendo o aprendizado de não ter mais que esconder seu verdadeiro eu e nem de tornar-se recluso.
Clique aqui para assistir a “The Rain“.
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