Resenha: “Regeneração” – Devachan

Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo Monteiro para o Rock Master!

Sabem aquelas bandas cuja história às vezes é tão legal quanto o seu material? O Devachan é um desses casos. O grupo surgiu em 2010 quando os irmãos Gabriel Dias (vocal) e Leandro Dias (guitarra) resolveram montar uma banda. Para isso, desenterraram as letras e composições que seu pai, Daniel, havia escrito no início dos anos 1980, quando o heavy metal dava os primeiros passos no Brasil. Daniel havia escrito suas letras em português e foi assim que o primeiro EP da banda surgiu. Além de letrista, Daniel também assumiu o baixo do Devachan.

Lançado em 2013, “Andarilho” causou boa repercussão na mídia especializada e chamou atenção para o grupo. Demorou, mas seu primeiro registro completo, “Regeneração” chegou ao mercado neste ano. Além da família Dias, a banda conta ainda com o tecladista Michael Santos e o baterista Alexandre Galvão. As baquetas de “Regeneração“, no entanto, ficaram a cargo de Thiago Zico Teixeira.

Mas nada dessa história valeria de qualquer coisa se o som do Devachan não valesse a pena. E para aqueles que curtem um heavy metal muito influenciado pelo rock progressivo, “Regeneração” é um prato cheio. O álbum tem todo aquele clima de início dos anos 1980, época em que as músicas foram compostas, e é fortemente influenciado por bandas dos anos 1970. Isso, no entanto, não faz o som do Devachan algo datado. É um som com bastante técnica, mas nada excessivo que possa tornar as músicas maçantes, e paixão, o que pode ser percebido especialmente pela voz de Daniel, que consegue saber bem dosar os momentos de agressividade com aqueles mais calmos. Leandro e Michael também fazem um trabalho bem legal, assim como Daniel e Thiago. A produção do álbum é outro destaque. Todos os instrumentos estão bem equilibrados e, se o teclado às vezes fica um pouco em segundo plano quando poderia estar no mesmo nível dos outros instrumentos, isso não incomoda nem traz demérito para o álbum.

Regeneração” tem 10 músicas, das quais duas, “Domain Principia Infernus” que abre a bolachinha e “Punctus Contra Punctum“, que encerra os trabalhos, são instrumentais e fazem as vezes de intro e outro no álbum, respectivamente. Dentre as demais pode-se destacar a faixa título, “Loucuras, Guerras e Poesia“, “Devachan” e “Caminho do Medo“.

Correndo o risco de parecer repetitivo, “Regeneração” é um álbum que vai agradar à galera que curte um heavy metal com uma atmosfera totalmente anos 1980, com forte influência do rock progressivo e com letras em português.

Agradecimentos: Som do Darma.

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