Resenha: “Sweet Oblivion feat. Geoff Tate” – Sweet Oblivion

Um dos principais nomes do mercado fonográfico italiano – pelo menos no que diz respeito ao rock and roll e suas variações – não é de hoje que os responsáveis pela Frontier Records investem bastante tanto em bandas iniciantes e consagradas como na criação de seus próprios projetos, reunindo músicos de grupos diferentes em uma mesma banda, mesmo que temporária. Se encaixam nesta última categoria o Place Vendome (com a junção de Michael Kiske – Helloween – e músicos do Pink Cream 69), o W.E.T. (com membros do Work of Art, Eclipse e Talisman), Allen-Lande (reunindo os vocalistas Russel Allen – Symphony X e Jorn Lande) e Kiske/Sommerville (novamente, Michael Kiske, dessa vez trabalhando com a cantora Amanda Sommerville – Avantasia, Epica), só para ficar nos mais conhecidos.

O Sweet Oblivion é mais um resultado dessa tradição da Frontiers, que encarregou o guitarrista/baixista italiano Simone Mularoni – da banda italiana DGM – de reunir músicos para um novo projeto. Para tal, Simone chamou o tecladista Emanuele Casali, o baterista Paolo Caridi e a cereja no topo do bolo: o vocalista Geoff Tate, que construiu uma carreira sólida durante os 30 anos em que ficou à frente de uma das mais importantes bandas de prog rock/metal dos Estados Unidos, o Queensrÿche.

Sabendo que teria Tate cantando suas composições, Simone não poupou esforços. Buscou inspiração no prog/power metal que o Queensrÿche ajudou a popularizar entre os anos 1980 e 1990, adicionou elementos modernos e melódicos e o resultado, como se poderia esperar, é um álbum de prog/power da mais alta qualidade.

O que Simone fez aqui foi compor especificamente para a voz de Tate, aproveitando-se das qualidades inerentes ao vocalista, recheando suas composições de linhas vocais atraentes e refrões empolgantes, sem se esquecer da parte instrumental. Tudo funciona bem aqui, principalmente os riffs e solos de guitarra do próprio Simone, com o teclado de Emanuele entrando ora para criar melodias, ora ambientações, indo do discreto ao destaque sem parecer deslocado ou forçado. O mesmo pode ser dito da bateria de Paolo.

O mais importante, no entanto, é que Simone conseguiu escrever um álbum bastante sólido e empolgante, algo que pode ser percebido logo na faixa de abertura, “True Colors”. Daí em diante, o álbum mantém sua qualidade lá em cima, variando, como sempre, faixas mais rápidas (“The Deceiver”), as baladas (“Disconnect”, “Seek the Light”), com aquelas mais progressivas e que nos fazem viajar mesmo à época em que Tate vivia seu melhor momento com sua ex-banda. “Transition” se encaixa muito bem nessa categoria. “Sweet Oblivion” e “Behind your Eyes” são outras faixas que merecem destaque.

Lançado por aqui no ano passado pela Hellion Records, “Sweet Oblivion feat. Geoff Tate” é mais um dos grandes acertos do pessoal da Frontiers e é, de longe, o melhor trabalho de Geoff Tate desde que ele saiu do Queensrÿche em 2012. Vai agradar tanto os fãs do som que consagrou os norte-americanos quanto qualquer um adepto de um prog/power muito bem tocado e produzido, com músicos talentosos como os responsáveis por suas músicas.

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