Resenha: In Nomine Éirean – Tuatha de Dannan

Com vinte sete anos de uma carreira consolidada como um dos principais nomes do folk metal brasileiro, os mineiros do Tuatha de Dannan chegam ao seu sexto álbum de estúdio com uma proposta diferente dos anteriores. Um trabalho financiado pelos fãs via crowdfunding em tempos de pandemia, “In nomine Éirean” mescla versões da banda para músicas tradicionais irlandesas com duas composições originais, alcançando um belo resultado.

Atualmente com a formação estabilizada em Bruno Maia (vocal/guitarra/instrumentos diversos), Giovani Gomes (baixo) e Edgard Brito (teclados), o Tuatha se cercou de diversos músicos experientes, como Keith Fay (dos irlandeses do Cruachan), o violinista Kane O’Rourke, Marcell Cardoso (baterista da Família Lima) e Daísa Munhoz (Soulspell), dentre outros, para conduzir o ouvinte a um desfile de canções que, no geral, diferem um pouco dos álbuns anteriores da banda.

Em “In nomine Éirean” o foco é total no lado folk do Tuatha, chutando a agressividade e os vocais guturais de seu metal típico para escanteio. “Nick Gwerk’s jigs”, faixa que abre o álbum já recepciona o ouvinte com o clima das baladas celtas e irlandesas. A ela se segue Molly Maguires”, com um refrão mais direto, meio grudento e com Keith Fay fazendo um bom trabalho em seus vocais. “Guns and pikes”, terceira canção do álbum, faz meio que uma mescla das duas anteriores, trazendo o clima mais etéreo da primeira com a empolgação da segunda.

“Moytura”, a faixa instrumental do álbum, lembra bastante “Dance of the little ones”, uma das músicas mais emblemáticas da banda. A seguir temos a primeira composição autoral do álbum. “The calling” traz um clima soturno, mas belos vocais, cortesia de Bruno e da cantora Manu Saggioro.

Daí em diante,  “In nomine Éirean” segue nessa mesma toada, com músicas trazendo instrumentais intricados, mas belos, vocais muito bem encaixados, que fazem o ouvinte a “viajar” através dos climas e atmosferas criados de maneira brilhante pelos bardos mineiros.

Em tempos em que todos nós precisamos ficar mais tempo em casa, isolados dos outros, do que normalmente, “In nomine Éirean” pode ser um belo alívio para o sentimento de solidão que oprime a (quase) todos, enchendo o ambiente de uma sonoridade que faz nos imaginar em uma taverna irlandesa, bebendo uma cerva e absorvendo toda a qualidade musical promovida pelo Tuatha de Dannan. O álbum, em formato físico, que conta com uma embalagem slipcase e traz encarte com letras para todas as músicas e uma capa que reflete bem o que será encontrado nele, pode ser comprado diretamente no site da banda.

Agradecimentos: Som do Darma

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