Formado por Tadeu Bon Scott (vocal), Phil Seven (guitarra), Matheus Bonon (baixo) e Giacomo Bianchi (bateria), o Suck This Punch surgiu na cidade de Limeira, interior de São Paulo, em 2015. O primeiro álbum, intitulado “Fire, Cold And Steel”, saiu no mesmo ano, reunindo 10 composições próprias de uma sonoridade bastante original: uma releitura do classic rock pela perspectiva do peso e agressividade do thrash metal contemporâneo.
Foram longos seis anos pra o seu sucessor, mas eles valeram a espera. “The Evil on all of Us“, lançado recentemente, é uma prova de que o Suck This Punch usou bem os anos que o separam de seu irmão mais velho. O álbum tem nove faixas redondinhas, onde a qualidade tanto vocal quanto instrumental se mantém homogênea e traz todos os elementos já mostrados pela banda em seu trabalho de estreia. O que temos aqui é um classic rock oitentista que não se prende aos limites do estilo. Muito antes pelo contrário, o Suck This Punch traz para a sua música elementos do thrash, do hard rock e mesmo do country, além de ter bebido da mesma fonte de Angra e Sepultura em pelo menos uma de suas faixas.
Diferentemente de alguns álbuns que resenhei recentemente, “The Evil on all of Us” é daqueles cuja faixa inicial, “Machines” já dá uma ideia do que virá pela frente. Um rockão classudo, com um refrão que gruda na cabeça logo de cara e Phil Seven mostrando ao que veio com solos e riffs bem encaixados. Essas mesmas características podem ser observadas em “You Are the Best Gun (Against the System)”, “Alone” (que tem um riff bem legal logo de cara), “Just Follows”, “Shout it Out” e “We All Live in a Hole” (ainda que essa tenha um começo bem diferente do que se vê no resto do álbum). “Coward”, um dos destaques individuais do álbum, quebra um pouco essa pegada, já que começa lenta, tem claras influências country e parece uma balada, impressão essa que logo é desfeita. Além disso, tem um refrão daqueles bem grudentos.
A “Coward” se seguem “Blindman” e “Sons of War” que traz elementos tribais e trechos em português que se referem ao massacre sofrido pelos povos indígenas durante a colonização e mesmo uma crítica à religião. A mais longa do álbum, ela fecha “The Evil on all of Us” com chave de ouro e mostra que, trabalhando e contando com um pouco da sorte que é sempre necessária, o Suck This Punch tem tudo para figurar, rapidamente, entre os nomes mais fortes do estilo surgidos de terras tupiniquins neste século.
Agradecimento: Som do Darma
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