(fotos: Ângelo Arantes/Divulgação)
A pandemia de COVID-19 mexeu com a vida de todos, na maioria das vezes deixando tudo mais difícil. Mas Os Decréptos, uma das mais ativas bandas de punk rock do Brasil, transformaram a crise sanitária, e todas as suas consequências, inclusive políticas, em inspiração para um novo trabalho.
Gestado durante os meses de quarentena, o novo álbum será lançado em diversas plataformas eletrônicas em 25 de setembro. Em outubro será a vez da chegada do CD.
São 21 músicas, nas quais a banda forma em 2007 em Belo Horizonte, mostra sua cada vez mais afiada verve musical e literária. As influências de punk rock, horror punk, psychobilly e surf music servem de base para o discurso direto, que critica a gestão da pandemia no Brasil, além dos desmandos de governantes, mas tentando manter o bom humor e sendo inspiração para quem não vê muita saída para nossa atual situação.
“É um disco que reflete bem o momento atual”, afirma o baterista Rodrigo Teles. “Nosso álbum ilustra esse momento que vai entrar para os anais da história. Ele representa nossa indignação e nossa revolta perante esse desgoverno genocida e antidemocrático. Várias músicas refletem nossa insatisfação sobre toda esta bagunça que se tornou o Brasil. Deixamos esse registro como forma de protesto”, declara o guitarrista Wal Ataíde.
Cinco dessas músicas ganharam videoclipes: “Mitomania (Idiotas no poder)”, “Nas Terras de Malak”, “Palestina Livre”, “No carrinho do presidente” e, em 7 de setembro, “O mundo está acabando”, feito em animação dirigida pelo renomado Leandro Franco, que também é baterista e vocalista da banda Asteroides Trio.
“Trabalhar com Os Decréptos foi muito fácil. Afinal, as letras são diretas, mostram o que está acontecendo no momento, é papo reto, não tem parábola”, afirma Brunno Túlio, designer responsável pelo conceito gráfico do novo trabalho, que é fã da banda.
Para chegar ao resultado final, os músicos começaram trabalhando separados, passando aos ensaios presenciais à medida que as restrições de circulação foram sendo relaxadas pelas autoridades sanitárias da capital mineira. Sempre respeitando os cuidados preconizados pela ciência.
O álbum foi gravado no estúdio Neuma, em BH, e o baixista Lucas Gomes foi responsável também pela mixagem, masterização e produção musical. O vocalista Danihell, um dos fundadores, ao lado de Teles, completa o grupo, que venceu muitos obstáculos até finalmente conseguir lançar o primeiro trabalho completo.
“É um sonho realizado. A banda está prestes a completar 15 anos e, devido a vários fatores, ainda não tinha sido possível lançar um full álbum. Manter uma banda no cenário underground por 15 anos não é fácil, ainda mais no momento atual. Esse trabalho vem coroar os anos de persistência e consolidar o trabalho atual, com uma produção mais profissional e com todos os integrantes com o mesmo objetivo”, diz Teles, ressaltando que o grupo não se calará diante de tantas atrocidades que estão sendo cometidas no país.
Tão aguardada quanto o lançamento do primeiro álbum é a volta das apresentações com público. Durante a pandemia, Os Decréptos contornaram a vontade de fazer shows com apresentações online, com muito bom retorno dos fãs.
“Estamos ansiosos por voltar a tocar com plateia, já são praticamente dois anos sem uma apresentação com presença de público. Estamos na expectativa de que processo de vacinação da população acelere e que o mais breve possível seja seguro para todos irem a um show. Durante a pandemia, lançamos clipes e nos apresentamos via internet, com um feedback muito positivo. Isso é muito gratificante, mas o que dá realmente tesão em ter banca é sentir a adrenalina do palco e ver a galera agitando”, afirma o baterista.
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