Encontro de grandes amigos da cena de rock belo-horizontina, a Kaust é integrada por músicos que já dividiram os estúdios de ensaio desde a década de 90 (em bandas como Spartakus, Radiokarma e Sinnatras). Consolidou-se no início de 2016 e agora chega à sua mais recente formação em direção ao segundo disco cheio, contando com Dennis Martins (ex-Carolina Diz) no baixo, Gisele Caetano (ex-Fun Jazz) na bateria, Fernando Prates (The Us) na guitarra e Emerson Fluyd (ex-Spartakus) na guitarra, synths e vocal.
Entre o álbum homônimo de estreia lançado em 2020 e o próximo trabalho, com previsão de lançamento para o final de 2023, o grupo apresenta um cartão de visitas às sonoridades que têm sido gestadas nos últimos tempos: o single “Labirintos de Concreto”, que ganhou um videoclipe dirigido por Jefferson Assunção disponibilizado no Youtube.
Partindo de um riff de sintetizador que embalou as inquietações existenciais de Emerson Fluyd sobre a vida afobada na metrópole mineira, o single da Kaust foi lapidado aos poucos pela banda junto ao produtor Luccones Nascimento, passeando por inspirações sônicas de The Cure, Joy Division, Arcade Fire e da melancolia dançante do New Order.
Buscando uma artesania que apontasse tanto para o guarda-chuva estético do pós-punk quanto para arranjos contemporâneos de bandas que se propõem a narrativas guitarrísticas fora do clichê, o grupo amadurece sua verve oitentista em uma guinada a novas incorporações musicais e dá as boas-vindas aos novos integrantes – Fernando e Gisele, que entraram na banda em 2022 para a gravação deste lançamento.
Gravação, mixagem e masterização de “Labirintos de Concreto” ficaram a cargo de Fred Chamone, no Estúdio Independente (BH, MG).
A capa do single, que retrata um corredor do Mercado Novo de BH, compõe uma exposição individual do fotógrafo Curt Duo, que também assina as fotos de divulgação da Kaust.
Videoclipe
O registro audiovisual da faixa ficou a cargo do diretor Jefferson Assunção, que somou forças ao guitarrista da banda, e também fotógrafo, Fernando Prates. Retomando ambientações imagéticas presentes na memória de quem viveu os tempos da finada MTV, eles ilustraram a nostalgia da composição com quadros “literais” em relação às passagens da letra da música.
Entre arranha-céus da capital mineira, fluxos do hipercentro da cidade e personagens enclausurados em um apartamento, a representatividade negra foi um dos elementos centrais para a construção desta narrativa visual da banda em meio à urbe, como pontua o vocalista Emerson Fluyd. Os quatro integrantes também protagonizam caminhares no túnel da Praça da Estação, um dos cartões postais de Belo Horizonte.
Kaust
Com referências que partem dos timbres punk “ressaqueados” dos anos 80 e percorrem as guitar bands dos 90 até chegar ao indie pop atual, o grupo tem o pós-punk como guarda-chuva central de influências, buscando sempre, no entanto, fugir de sonoridades mimetizadas.
Após ter divulgado o EP “Insana Inocência” em 2017, lançado pelo selo Salitre Records, e o single “On The Edge”, Kaust lançou seu primeiro álbum de estúdio em abril de 2020. Refinando diversas chaves do rock alternativo, o grupo apresenta agora “Labirintos de Concreto”, marcando sua permanência na cena pós-punk belo-horizontina, e trabalha na pré-produção de seu segundo disco.
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