Resenha: “Cycles of Pain” – Angra

Eis que cinco anos depois do lançamento do bom “Ømni”, o Angra volta ao mercado com “Cycles of Pain”, segundo álbum do quinteto contando com a “nova” formação: Fábio Lione (vocal), Rafael Bittencourt e Marcelo Barbosa (guitarras), Felipe Andreoli (baixo) e Bruno Valverde (bateria).

Uma coisa que se pode dizer do Angra é que a banda, que chamou a atenção principalmente com “Holy Land” (1996), onde abusava da mistura de ritmos brasileiros com o seu tradicional power metal não é de se acomodar. A cada novo álbum o quinteto tenta se aventurar por novos caminhos, ainda que, obviamente, jamais se distancie de suas origens. Com “Cycles of Pain” não foi diferente. Em seu décimo álbum de estúdio o Angra trouxe a mesma fórmula que os consagrou mas, dessa vez, colocou um pé mais no metal progressivo, trazendo mais mudanças de ritmo e um pouco mais de virtuosismo às suas músicas. O resultado, no geral, foi bastante positivo, já que o Angra traz um registro forte, com algumas músicas que tem tudo para se tornarem clássicas e impossíveis de serem retiradas de seus futuros setlists. Já as músicas menos memoráveis também tem suas qualidades e méritos. Trazendo o selo de qualidade do Angra, nenhuma delas parece ter sido incluída no álbum apenas para encher espaço.

“Cycles of Pain” tem 13 faixas – contando a indefectível “Intro”, que é praticamente uma vinheta e a bônus, que é uma versão de “Here in the Now” apenas com vocais femininos – e, como dito acima, todas são bem produzidas e tem méritos próprios. Para este que vos escreve há alguns destaques individuais aqui. E elas são “Ride into the storm”, que abre o álbum de maneira forte, com bons vocais de Lione e um bom trabalho de todos em geral;  “Tides of Change I & II”, especialmente a segunda parte, com um refrão muito bom; “Vida Seca”, que conta com a participação de Lenine e lembra um pouco a dobradinha Edu Falaschi/Milton Nascimento em “Late Redemption”, do “Temple of Shadows” (2004), ainda que as faixas não tenham nada a ver uma com a outra; “Gods of the World”, talvez a melhor delas como um todo; “Cycles of Pain”, uma típica power ballad com a marca do Angra; “Here in the Now”, outra faixa mais lenta, com cara de balada e participação de Vanessa Moreno e “Tears of Blood”, onde Fábio Lione mostra toda a sua versatilidade vocal, acompanhado de Amanda Somerville (Avantasia).

Lançado no último dia 03/11 pela Voice Music, que fez um bom trabalho na embalagem slipcase e no encarte, além do pôster duplo 36×36, “Cycles of Pain” pode não ser o melhor álbum da carreira daquela que, atualmente, é a mais importante banda de heavy metal do Brasil. Mas, certamente, merece estar na mesma prateleira de álbuns como “Holy Land”, “Temple of Shadows” e “Rebirth”.

Agradecimentos: Voice Music e João Eduardo (Cogumelo)

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