Resenha: “Undercover of the Night” – Phantasm

O início da década de 1980 foi bastante movimentado na cena do hard rock/heavy metal britânico, especialmente devido ao barulho causado pela NWOBHM (New Wave of British Heavy Metal ou a Nova Onda do Heavy Metal Britânico) e as bandas que o movimento revelou. Na onda de grupos como Iron Maiden, Judas Priest e Saxon, dentro outras, um sem número de bandas tanto dos diversos subgêneros do heavy metal quanto do hard rock surgiu tentando ocupar o mesmo espaço das maiores. A maioria, mesmo com um bom potencial, acabou ficando no limbo. Que é o caso do Phantasm.

O Phantasm foi criado pelo baterista Dave Dufort (ex-Tytan/EF Band/Angel Witch) na primeira metade daquela década. Para seu novo projeto, ele recrutou o guitarrista Gary Jones, o baixista Tom Prince e a excelente vocalista Jan Stevens. Na segunda metade da década, a banda trabalhou em diversas músicas, fez um número razoável de shows e lançou uma demo chamada “3 Song Demo”. Em 1989, o Phantasm encerrou as atividades sem nenhum registro completo.

Aceleremos para 2023, quando o selo grego Cult Metal Classics Records resolveu resgatar o material gravado pela banda entre 1986 e 1988. Vendo o bom potencial do álbum para os admiradores do hard rock tipicamente britânico dos anos 1980, nossos parceiros da Hellion Rercords soltaram esse registro por aqui. Intitulado “Undercover of the Night“, esta é uma boa opção para os saudosistas de plantão.

Com pouco mais de 35 minutos de duração, “Undercover of the Night” não tenta reinventar a roda. O que o quarteto britânico faz aqui é um hard rock típico da época, com alguma influência de heavy metal e mesmo do punk rock – ainda que esta apareça no trabalho dos caras de maneira bastante sutil.

De “Cry for the Future”, um hard rock com boa introdução e bom refrão, até “All for Love”, uma quase power ballad – e a única presente no álbum – o material do Phantasm é bom, trazendo praticamente todas as características que esse tipo de sonoridade apresenta. Os solos de guitarra poderiam aparecer mais constantemente – nem toda música tem um. Por outro lado, quando aparecem, como em “Battle of the Broken Hearts” e “Dangerous Games”, duas dos destaques do álbum, eles mostram ao que vieram. Já os refrãos grudentos, típicos do rock de arena dos anos 1980, ah, esses estão presentes em pelo menos seis das oito faixas do álbum.

O Phantasm tinha tudo para fazer história, mesmo que dentro do underground do hard rock. Eram uma banda bem azeitada, com uma proposta sólida e uma vocalista que em apenas um álbum mostrou que tinha potencial para mais. É uma pena que não tenham perseverado e uma sorte nossa que a Hellion Records tenha decidido lançar esse material por aqui.

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