Eis que depois de praticamente dois anos de silêncio em estúdio, o Troops of Doom, banda liderada pelo lendário Jairo “Tormentor” Guedz (guitarrista original do Sepultura) retorna ao mercado com seu terceiro petardo. Depois da estreia com “Antichrist Reborn” e a coletânea (bom, mais ou menos. Abra o link a seguir e leia o texto para entender o motivo dessa definição) “Prelude to Blasphemy“, o quarteto que, além de Jairo, conta com Alex Kaffer (vocal/baixo), Marcelo Vasco (guitarra) e Alexandre Oliveira (bateria) chega ao mercado com seu mais novo álbum, “A Mass to the Grotesque”.
Desde o seu primeiro trabalho o Troops of Doom mostrou ao que veio. A ideia de Jairo e companhia é fazer um thrash/death metal old school, totalmente calcado naquilo que marcou o auge de ambos os gêneros entre a metade dos anos 1980 e início dos 1990. Já haviam conseguido isso nos trabalhos anteriores e a fórmula que deu certo é, novamente, seguida neste terceiro lançamento. Com algumas diferenças bem vindas.
Diferente do álbum anterior, onde haviam faixas mais lentas ou cadenciadas entre aquelas mais rápidas, pesadas e furiosas, isso não acontece em “A Mass to the Grotesque”. “Solve et Coagula – Introduction” é o único momento de calmaria por aqui. Como seu próprio nome indica, ela é uma intro mais climática e leve que abre caminho para “Chapels of the Unholy”. E é aqui que o Troops of Doom mostra a que veio. A música que efetivamente abre o álbum é uma paulada daquelas que fãs do estilo adoram. Jairo e Marcelo construindo belos riffs e Alexandre simplesmente destruindo seu kit, enquanto Alex destila ódio em seus vocais roucos e gritados.
Nas resenhas dos álbuns anteriores do Troops of Doom eu fiz um faixa-a-faixa mais detalhado. Em “A Mass to the Grotesque” isso não é necessário simplesmente pelo fato do álbum trazer uma certa uniformidade que faltava um pouco a seus predecessores. Se isso é bom ou ruim, cabe ao leitor/ouvinte decidir por si só. Na minha modesta opinião, é a primeira opção. Mas isso só acontece porque a banda consegue manter uma qualidade sonora lá em cima em todas as 11 músicas presentes em seu mais novo álbum. Todas as músicas trazem vocais furiosos típicos do thrash metal, bons riffs, baixo quase inaudível, mas presente, e uma bateria que sempre merece elogios. É impressionante como Alexandre é bom no que faz, seja trabalhando em um ritmo mais marcado, acelerado ou apresentando viradas surpreendentes e sempre bem encaixadas.
Mesmo tendo toda essa uniformidade, algumas faixas se destacam aqui, tais quais “Divine Divinity”, “The Impostor King”, a longa “Psalm 7:8 – God of the Bizarre” e a dupla que fecha os trabalhos: “Blood Upon the Throne” e “Venomous Creed”.
“A Mass to the Grotesque” é um lançamento Voice Music e, a exemplo dos trabalhos anteriores da banda lançados pela Voice, vem em uma embalagem slipcase caprichada e traz um pôster 36×36 dupla face. Nada disso, claro, valeria à pena se o conteúdo do material não fizesse jus a esse capricho todo. No caso de “A Mass to the Grotesque”, todo esse cuidado é mais do que justificado na medida em que Jairo e seus companheiros se provam, mais uma vez, uma das grandes forças do metal extremo nacional.
Agradecimento: João Eduardo (Cogumelo Records) e Sílvio Golfetti (Voice Music).
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