Rhapsody Reunion mostra apresentação quase irrepreensível em Belo Horizonte

Confira como foi a passagem do Rhapsody Reunion em Belo Horizonte, na visão do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro! (Fotos: Alexandre Guzanshe)

No sábado, 13 de maio, a turnê “20th Anniversary Reunion Farewell Tour” dos italianos do Rhapsody Reunion desembarcou em Belo Horizonte para um show há muito esperado. Na estrada desde a segunda metade da década de 1990, essa foi a primeira – e última – passagem da banda por aqui. Pelo menos com essa formação, que conta com Fabio Lione (vocal), Luca Turilli e Dominique Leurquin (guitarras), Patrice Guers (baixo) and Alex Holzwarth (bateria). Como amplamente divulgado, essa turnê marca a reunião de (parte) da formação clássica da banda e sua despedida, já que a atual versão do Rhapsody – renomeada Rhapsody of Fire há mais de uma década devido a problemas legais – não conta com nenhum dos músicos acima.

Dito isso, a noite foi aberta pela banda paulistana Armored Dawn, que está na cena há algum tempo que mostrou ter um bom número de fãs dentre os presentes no Music Hall. Alguns, inclusive, resolveram comparecer ao show fantasiados. Havia vikings, feiticeiras, guerreiros, magos e afins no meio do público. Apesar de tocar pra uma casa de shows longe de sua capacidade total, o sexteto formado por Eduardo Parras (vocal), Timo Kaarkoski e Tiago de Moura (guitarras), Fernando Giovannetti (baixo), Rafael Agostino (teclado) e Rodrigo Oliveira (bateria) fez um show bem legal, bastante calcado em seu segundo álbum, “Power of Warrior” e, em pouco menos de uma hora, deu seu recado, com destaque para o bom trabalho de guitarra de Tiago, que arrebentou nas seis cordas.

Depois de um curto intervalo, e com o Music Hall já com um bom público, ainda que não estivesse lotado, as luzes se apagam e, após uma apresentação gravada, a introdução “Epicus Furor” anuncia que era hora da atração principal. Alex entra no palco e logo é seguido pelos demais que, sem delongas, emendam “Emerald Sword”, música que teve trechos instrumentais cantados pelo público e o refrão gritado em uníssono pela galera. Daí em diante a noite seria marcada pela execução do álbum “Symphony of Enchanted Lands” inteiro, do começo ao fim, praticamente na ordem em que fora gravado – à exceção do encaixe de “Knightrider of Doom” ali pelo meio e que pertence a “The Power of the Dragonflame” – e demais clássicos que marcaram os cinco primeiros álbuns da banda (estamos incluindo aqui o EP “Rain of a Thousand Flames” nessa contagem).

Apesar de não tocarem todos juntos há bastante tempo – Luca, Dominique e Patrice fazem parte do Luca Turilli’s Rhapsody desde 2011; Alex tocou no Rhapsody of Fire até outubro passado e Fabio se divide em três projetos atualmente – a banda mostrou um belo entrosamento no palco e mesmo a falta de um tecladista não foi muito notada, ainda que todas as músicas da banda tenham o teclado em papel de destaque. Claro, algumas mudanças foram feitas aqui e ali, mas nada que comprometesse a qualidade da apresentação da banda que, apesar de evitar improvisações, não abre mão da vibração que uma apresentação ao vivo necessita.

O fato de Fábio Lione estar atualmente a cargo dos vocais do Angra ajuda bastante na interação com o público, já que ele consegue falar um português quase fluente. E ele abusou disso, conversando com a galera a todo momento. Não só, como também mostrou a quem não está muito familiarizado com seu alcance vocal que tem uma voz que vai além dos tons agudos que apresenta na banda brasileira. Em “Lamento Eroico”, música escrita em seu idioma original, por exemplo, ele abusa dos tons graves típicos de barítonos. Outro que merece destaque é Luca Turilli, com seu jeito quase único de tocar, que faz parecer que está quase dançando com seu instrumento. Alex e Patrice também tiveram seus momentos sob os holofotes, cabendo, a cada um, um momento para um solo com seus instrumentos.

No fim das contas, podemos dizer que o Rhapsody fez um show quase irrepreensível, com apenas a falta de um tecladista no palco como crítica a ser notada. Uma pena que essa seja sua turnê de despedida, pois dificilmente teremos a oportunidade de ver essa formação da banda no palco novamente.

Agradecimentos: EV7 Live e a MS BHz.