Conheça o Hellish War e os discos Defender of Metal & Keep It Hellish

Olha aí, mais uma contribuição do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o Rock Master.

Formada em 1995 em Campinas (SP), a banda Hellish War começou a chamar a atenção do underground seis anos depois, com o lançamento de seu debut, “Defender of Metal”. Originalmente lançado pela Megahard Records em 2001, “Defender Of Metal” é uma verdadeira homenagem ao heavy metal old school, aquele praticado nos anos 1980 por bandas como Iron Maiden e Manowar. Aliás, é impossível escutar “Defender of Metal” sem pensar no quarteto norte-americano. Afinal, não seria estranho encontrar em álbuns do Manowar faixas intituladas “We are Living for the Metal”, “Defender of Metal”, “Into the Valhalla”, “Memories of a Metal” ou “Feeling of Warriors”.

“Defender of Metal” chamou tanto a atenção que, em 2009, uma versão europeia foi lançada pela Pure Steel Records no velho continente, angariando boa repercussão também por lá.

Responsável por ajudar a moldar a sonoridade da banda, “Defender of Metal” foi relançado em 2016 em razão da comemoração do 15º aniversário de sua edição original e, mesmo passada uma década e meia, ele ainda continua relevante. Entenda que o Hellish War não quis – nem quer – reinventar o metal ou fazer algo revolucionário no estilo. Muito antes pelo contrário, o quinteto originalmente formado por Roger Hammer (vocal), Vulcano (guitarra), Daniel Job (guitarra), Gabriel Gostautas (baixo) e Jayr Costa (bateria) tinha o objetivo de trazer de volta aquela sonoridade direta, enérgica e sem muitas firulas característica das bandas que tornaram o heavy metal um estilo tão popular – dentro de suas limitações, claro – e , em “Defender of Metal” esse objetivo foi conseguido com louvor.

Clique aqui e ouça o álbum na íntegra.

É impossível não ouvir o álbum e não se sentir transportado para aquela época. Isso pode ser percebido logo de cara, já que o álbum como um todo tem uma produção bem crua, algo característico da segunda metade dos anos 1980, o que torna o trabalho ainda mais atrativo. Outro destaque vai para o trabalho da dupla de guitarristas, que soa muito bem o tempo todo e traz bons riffs e solos, especialmente nas faixas mais longas, onde há longas partes instrumentais. Preste atenção em “Sacred Sword” e terá uma ideia melhor do que estou dizendo.

No geral, “Defender of Metal” é um álbum que vale muito a pena ser conferido por fãs de metal old school. Seu relançamento veio em boa hora, já que, desde 2013 o Hellish War não lançava nada no mercado e ele preenche a lacuna existente entre “Keep it Hellish” e o próximo álbum de estúdio, cujo processo de composição já foi iniciado.

Falando de “Keep it Hellish”, o álbum lançado em 2013 é o terceiro na carreira do Hellish War – quarto se considerarmos o ao vivo “Live in Germany”, de 2010. Desde “Defender of Metal”, o Hellish War manteve seu núcleo, mas passou por duas mudanças, com Roger Hammer dando lugar a Bill Martins e Daniel Person assumindo as baquetas antes pertencentes a Jayr. Jayr, inclusive, acabou falecendo em 2015 e a reedição de “Defender of Metal” foi dedicada a ele.

Voltando ao álbum, não há muito a se dizer de “Keep It Hellish”. A obra é um álbum sólido, homogêneo trazendo tudo aquilo que tornou o dito “heavy metal tradicional”, que a banda tanto preza, atrativo: refrões grudentos, melodias cativantes, grandes solos de guitarra, bateria e baixo sólidos e consistentes e um trabalho vocal bastante energético. Músicas como a faixa título, que abre o álbum (clique na música e ouça), “Reflects on the Blade”, a instrumental “Battle at the Sea”, sua sequência “Phantom Ship” e a épica “The Quest” são belos exemplos do cuidado com o que a banda construiu suas composições e trazem uma sensação nostálgica muito bem-vinda.

Com 10 faixas batendo na marca dos 67 minutos, “Keep It Hellish” é mais um grande trabalho do Hellish War e, a exemplo de seus álbuns anteriores, tem tudo para agradar todo aquele fã de heavy metal que prefere um som mais cru e direto, ainda que elaborado, mas que foge das orquestrações e evita as ditas “influências brasileiras” que se tornaram característica do trabalho de diversas bandas tupiniquins atuais.

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