Apocalyptica faz excelente estreia em Belo Horizonte

Olha aí, mais uma colaboração do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o Rock Master! As fotos são de Alexandre Guzanshe!

A penúltima semana de novembro foi agitada em Belo Horizonte. Depois de um domingo com shows de Delain e da Zakk Sabbath, a capital mineira recebeu os finlandeses do Apocalyptica na quinta-feira, dia 23, para o primeiro show da banda no Brasil esse ano, parte da turnê de comemoração de 20 anos de lançamento de “Plays Metallica By Four Cellos”.

O show da banda foi dividido em dois atos – três, se contarmos o bis. Na primeira parte a banda executou um setlist acústico, com apenas o quarteto de cordas formado por Eicca Toppinen, Paavo Lötjönen, Perttu Kivilaakso e Antero Manninen. O público, que compareceu em um bom número, já entrou no clima do show de cara, quando os músicos se sentaram em seus banquinhos e começaram a execução de “Enter Sandman”.

Depois das três primeiras músicas, o fundador da banda, Eicca Toppinen, se dirigiu ao público pela primeira vez, dizendo-se feliz de estar pela primeira vez na cidade, agradecendo aos que ali compareceram e explicando como a noite funcionaria, antes de continuar com a primeira parte da apresentação, onde músicas como “Master of Puppets” e “Harvester of Sorrow” e “Unforgiving”, para citar apenas algumas, foram tocadas com maestria pelo quarteto.

Após cerca de quarenta minutos, Eicca anuncia que tocarão a última música daquele ato e que ela é mais ou menos uma homenagem à Antero, já que ele ficou algum tempo fora da banda. A música em questão foi “Welcome Home (Sanitarium)”. Logo após, a banda se retira do palco e, pouco depois, volta para a segunda parte, agora contando também com a presença do baterista Mikko Sirén. Aqui a apresentação, que já estava bastante animada, tomou um novo gás já que a bateria adicionou um componente mais “metal” ao show.

É interessante notar como o fato de tocarem violoncelos, instrumentos grandes e desajeitados, não diminui o entusiasmo ou impede que os finlandeses se movimentem pelo palco quase como se tivessem instrumentos menores em suas mãos. À exceção de Antero, que permaneceu por todo o tempo sentado no lado esquerdo do palco, Eicca, Paavo e Perttu se movimentaram bastante. Perttu, inclusive, parecia o mais animado, chegando a tocar seu violoncelo por cima da própria cabeça, ainda que por poucos segundos. Eicca foi outro que chamou a atenção quando interagia com a galera e pedia que todos fizessem as vezes do vocalista, pedido no qual era plenamente atendido.

A animação da banda era visível a cada nova música e esse estado de espírito contagiava o público, que reagia na mesma proporção. É difícil ficar parado quando dois cabeludos tocando violoncelo batem cabeça como se parecessem guitarristas!

Em determinado momento da segunda parte do show, o público começou a gritar “Sepultura, Sepultura”. Inicialmente, Eicca brincou com o público a respeito disso e seguiu com a apresentação normalmente, com petardo seguido de petardo: “Fight Fire with Fire”, “Until It Sleeps”, “Orion” (essa uma música que o Apocalyptica nunca gravou) garantiram que a energia no Music Hall ficasse lá em cima.

Perto do fim da segunda parte da apresentação, Eicca pediu, novamente, que todos que fizessem o papel destinado a James Hetfield e dessem palavras à versão da banda da pesada “Seek and Destroy”. E aí veio a grande surpresa da noite. Mal havia a música acabado e o Apocalyptica atendeu ao pedido da galera e emendou à ela sua versão de “Refuse/Resist”, presente no álbum “Chaos A.D.” do Sepultura e no “Inquisition Symphony”, do Apocalyptica. O Music Hall foi abaixo. Nesse clima, a banda deixou o palco mais uma vez.

O público começou a gritar “mais um, mais um” e logo a banda retorna ao palco para tocar “Nothing Else Matters” e encerrar sua excelente apresentação com “One”. Ao final de tudo, Eicca se dirigiu ao público novamente. A galera não parava de aplaudir e gritar e ele teve que pedir que todos se calassem para que pudesse, novamente, agradecer ao público ali presente e dizer que o Apocalyptica voltará à cidade o mais brevemente possível. Pela reação do público que compareceu em bom número ao Music Hall, esperamos que ele cumpra sua palavra.

O Rock Master agradece à Márcio Siqueira e sua MS BHz Produções por mais essa cobertura.

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