Rik Emmett & RESolution 9 é bom rock and roll canadense

Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o Rock Master!

Apesar de ser relativamente desconhecido por aqui – eu mesmo nunca havia ouvido falar do cara – Rik Emmett tem uma longa carreira no cenário do rock canadense. O primeiro álbum do vocalista/guitarrista foi “Triumph”, da banda homônima, lançado em 1976. Em 1988, Rikk decidiu se aventurar em carreira solo, gravando quatorze álbuns, entre 1990 e 2012, contando tanto aqueles em estúdio quanto ao vivo.

Com uma sonoridade mais voltada para o rock clássico, com uma grande influência de blues e uma pitada de hard rock “RES 9” é a nova investida de Emmet, que agora comanda a Rik Emmett & RESolution 9. Além de Rik nos vocais e guitarra, a banda conta ainda com Dave Dunlop na guitarra, Steve Skingley no baixo/teclados e Paul DeLong nas baquetas. O tecladista/pianista Don Breithaupt, apesar de não ser membro da banda, participa em seis de suas 11 faixas. Além dele Rik chamou diversos convidados ilustres, sobre os quais comentaremos mais abaixo.

“Stand Still”, faixa que abre o álbum, traz um rock animado, cheio de groove e que dá uma ideia mais ou menos equivocada do que virá a seguir. Isso porque, logo depois dela, o álbum dá uma virada e traz “Human Race”, faixa que tem um refrão bem legal e lembra um pouco as músicas do Rush. Essa semelhança, claro, não é acidental, já que Alex Lifeson, guitarrista do Rush, faz uma participação especial aqui.

Aí o álbum emenda três baladas em sequência, começando com “I Sing”, onde James LaBrie, do Dream Theater, assume os vocais em uma música bem legal. A introspectiva “My Cathedral” vem a seguir e aqui se destacam tanto as letras quanto o solo de guitarra nela presente.

Fechando trio temos “The Ghost of Shadow Town”, que, mais voltada para o blues, não causaria estranheza caso fosse encontrada em um álbum de Joe Bonamassa. Já “When You Were My Baby” quebra essa sequência de baladas e traz uma música que, apesar da grande influência do blues, lembra muito algo que poderia ter sido composto pelo grande Carlos Santana, não só nas linhas vocais como, principalmente, pela afinação das guitarras e os solos, um de Rik e um de Dunlop.

“Sweet Tooth” é aquela música que tem uma levada meio pop, meio country, com uma letra meio bobinha mas, ainda, assim, não faz feio. Novamente, o ritmo aqui é bem cadenciado, com a influência do blues prevalecendo sobre quaisquer outras.

“Heads Up”, apesar de ser a música mais curta do álbum, nos lembra de que “RES 9” é um álbum de rock and roll ainda que, novamente, ela seja daquelas faixas que poderiam muito bem tocar em rádios sem parecer estranho. Isso se rádios ainda tocassem rock, claro. Destaque aqui para o solo curto, mas eficiente, de Rik.

“Rest of my Life” volta à tendência de um álbum com músicas mais cadenciadas, bem ritmadas, com uma pegada quase pop; “End of the Line”, que fecha a versão regular do álbum, volta à sonoridade rock clássica, trazendo James LaBrie e Alex Lifeson junto à RESolution 9, fazendo seu trabalho com bastante competência. Novamente, aqui há um excelente trabalho de guitarras. Nada surpreendente quando há um guitarrista do calibre de Lifeson envolvido. James LaBrie, por seu lado, tem um vocal mais solto, lembrando mais o que faz em seus álbuns solo e no Winter Rose (sua primeira banda) do que no Dream Theater. Junto com “Human Race” e “The Ghost of Shadow Town”, “End of the Line” é um dos principais destaques da estréia do RESolution 9.

Algumas versões de “RES 9”, inclusive a brasileira, lançada por aqui pela Hellion Records, traz uma faixa bônus. “Grand Parade” é quase que uma reunião do Triumph, já que traz as participações do baixista Mike Levine e do baterista Gil Moore, 2/3 da antiga banda de Rik. Aqueles que estavam esperando uma faixa de hard rock, cheia da energia característca do Triumph, no entanto, vai se decepcionar. “Grand Parade” é mais uma balada, intimista e cadenciada, uma característca que, exceções apontadas acima, permeou toda a estreia do Rik Emmett & RESolution 9.

No fim das contas, podemos concluir que a estréia da nova banda de Rik Emmett, apesar de bem sólida, vai agradar mais àqueles fãs de blues e de um rock mais cadenciado do que aqueles mais acostumados a músicas cheia de energia características do gênero. A qualidade das canções, no entanto, é indiscutível.

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