Tarja faz show intimista em Belo Horizonte

Olha aí mais uma colaboração da dupla Rodrigo Monteiro (texto) e Alexandre Guzanshe (fotos) para o Rock Master!

Desde seus tempos como vocalista do Nightwish – e lá se foram 13 anos desde que ela deixou a banda – Tarja Turunen tem o Brasil na rota de suas turnês. Praticamente não há um novo álbum dela sequer cuja turnê deixe de passar por aqui. E esse é o caso de “Act II”, álbum ao vivo gravado em Milão (Itália), que foi lançado no final do mês passado.

Ao contrário de suas outras turnês, no entanto, dessa vez Tarja quis proporcionar uma experiência diferente – em tese – para seus fãs. Os shows deveriam ser feitos em casas com capacidade de público menor, mais acanhadas, para que a experiência de todos tivesse um caráter mais intimista. Isso, no entanto, não significaria uma apresentação menos enérgica, apenas que o público ficaria mais perto dos músicos.

O local escolhido para o show em Belo Horizonte foi o Cine Theatro Brasil, um antigo cinema transformado em um espaço capaz de receber múltiplos eventos culturais, no centro da cidade. Teoricamente, esse seria um show para que todos acompanhassem sentados, mas, claro, sendo uma apresentação de uma banda de rock liderada por uma cantora carismática dona de uma base leal de fãs, isso seria esperar demais.

Marcado para as 20h, o show começou sem atrasos, com a banda de Tarja, formada por Alex Scholpp (guitarra), Kevin Chown (baixo), Timm Schreiner (bateria), Christian Kretschmar (teclados) e Max Lilja (violoncelo), andentrando ao palco ao som de uma introdução instrumental antes de começar efetivamente com “No Bitter End”, música presente em seu último álbum de estúdio “The Shadow Self”. Este, inclusive, como não poderia deixar de ser, foi a espinha dorsal do show, tendo seis de suas músicas tocadas na apresentação.

O show de Tarja foi dividido em três atos, descontando aí o tradicional bis. No primeiro foram executadas músicas mais rock ‘n’ roll, com toda a banda mostrando bastante energia e se mantendo à altura da cantora que, além de sua voz pra lá de poderosa, mostrou bastante carisma ao longo de todo o show. Não foram poucas as vezes em que ela se dirigiu ao público em inglês e em um português básico, mas suficiente para ser compreendida.

Nessa primeira parte do show, a banda tocou músicas como “500 Letters”, “Diva” e “Calling from the Wild”. Foi aqui também que Tarja revisitou seu passado, em uma suite que juntou “Tutankhamen”, “Ever Dream”, “The Riddler” e “Slaying the Dreamer”, todas músicas do Nightwish transformadas em uma só. Nesse momento, ela sai do palco e deixa o quinteto que a apoia sozinho. E os caras não fazem feio, muito antes pelo contrário, mostrando um rock and roll/heavy metal com muita energia. O destaque aqui vai para o Max que, livre momentaneamente do espaço confinado o qual ocupou por boa parte do show, pode caminhar pelo palco e chegar mais perto do público. Alex e Kevin também merecem menção pelo fato de terem bastante presença de palco, pulando, correndo e agitando durante todo o show. Isso marca o fim da primeira parte da apresentação.

Quando Tarja volta ao palco, todos sentam em banquinhos e, com violões substituindo as guitarras, vem a parte acústica da apresentação. A exemplo da suite do Nightwish, aqui são executados trechos de diversas músicas, um emendado no outro. A exceção é a versão da banda para “Lanterna dos Afogados”, do Paralamas do Sucesso, que Tarja consegue levar numa boa, mesmo com um português com um sotaque muito carregado (veja o vídeo acima).

Ao final dessa parte, ela novamente se dirige ao público, agradecendo, dizendo que adora nossa língua e etc., enquanto as coisas voltam ao “normal”, ou seja, o show entra em seu terceiro ato que é, na verdade, uma repetição do primeiro. “Undertaker”, “Love to Hate” e “Victim of Ritual” fecham a primeira parte do show.

Como já se tornou tradição, pouco depois, o sexteto volta ao palco para que “I Walk Alone”, “Innocence”, “Die Alive” e “Until My Last Breath” marcassem o fim de mais uma apresentação bem sucedida da cantora finlandesa por terras mineiras.

Não poderíamos encerrar essa resenha sem tecer elogios aos responsáveis pela turnê de Tarja pelo Brasil, que se asseguraram que toda a produção que ela utiliza na Europa fosse trazida para o país, algo que nem sempre vemos por aqui.

Finalmente, o Rock Master agradece à EV7 Live na pessoa de Eliel Vieira pela parceria que nos proporcionou a chance de mais essa cobertura.