Rock Master entrevista Nazareth

Texto: Rodrigo Monteiro. Foto: Divulgação

Uma das mais antigas bandas do rock and roll mundial está em turnê pelo Brasil. O Nazareth está em turnê divulgando seu 24º álbum, “Tattooed on my Brain“, o primeiro desde a saída do vocalista Dan McCaferty, que após mais de quatro décadas na banda, se aposentou e foi substituído por Carl Sentance.

Aproveitando a passagem do grupo por aqui, o Rock Master bateu um papo com o baixista Pete Agnew, único membro fundador da banda ainda presente no grupo. Confiram abaixo:

Rock Master: Como a saída de Dan McCaferty após 45 anos na banda afetou o Nazareth? Que tipos de influências Carl Sentance trouxe para sua música? 

Peter:Tattooed On My Brain” tem um papel de dupla importância para a banda. Por um lado, valoriza a nossa história, enquanto, por outro, marca uma nova direção com o estilo de Carl Sentance. É também um álbum que tem indiscutivelmente o título mais gráfico e sugestivo comparado aos anteriores. Muitas vezes, as pessoas fazem a resenha do álbum dizendo: ‘Bem, eu ouvi o álbum, eu gosto e agora ele está tatuado no meu cérebro! Isso mostra quanto o Carl influenciou na qualidade do disco.

Rock Master: Mesmo com o hiato de uma década entre 1998 e 2008, Nazareth lançou 24 álbuns de estúdio desde 1971 (sem contar aí compilações e álbuns ao vivo). Isso significa uma média de um novo álbum a cada dois anos, o que não é muito comum dentre bandas de rock em geral, especialmente aquelas com tanta estrada quanto o Nazareth. Qual o seu segredo? 

Peter: Quando gravei meu primeiro álbum em 1971, eu não achava que estaria com mais de vinte álbuns depois dos 70 anos. Nós realmente não sabíamos quanto tempo isso iria durar naquele momento. Você sabe, daríamos um ano e veríamos como foi no próximo ano e assim por diante. Mas acho que ninguém sonhou que estaríamos tocando em uma banda de rock por 50 anos.

Rock Master: Vocês estão na estrada desde o fim dos anos 1960. Quais as maiores mudanças vocês perceberam na indústria musical em todo esse período? Hoje em dia está mais fácil ou mais difícil de viver de música, especialmente para uma banda de rock and roll?

Peter: A principal mudança é como a música é distribuída. Temos que fazer mais turnês e chegar em lugares que não imaginamos antes. O que mudou é como as pessoas escutam as nossas músicas, mas como compomos e criamos não mudou tanto assim. O papel do artista é chegar nas pessoas. 

Rock Master: Vira e mexe alguém diz que “o rock morreu”. No entanto, isso jamais se configura como uma verdade. Como uma das mais antigas e ativas bandas de rock no mundo, o que você acha que torna o estilo atraente para pessoas de todas as idades?

Peter: Acho que é a energia. O rock no geral é muito enérgico e as pessoas realmente se tocam com as músicas. Sempre lembramos do passado ou de algo importante em nossa vida por causa de uma música ou show. O rock e a nossa música sempre será lembrado pelos fãs e por quem ama aquela energia.

Rock Master: Não é raro vermos músicos de bandas mais antigas dizendo que é difícil de montar um setlist quando tem músicas novas, porque a maioria dos fãs em geral sempre quer ouvir os mesmos clássicos nos shows. Como uma banda tão produtiva quanto o Nazareth equilibra isso, já que, além de seus sucessos imortais, também precisam apresentar novas músicas ao público?

Peter: É sempre um desafio. Mas temos que tocar nossos maiores clássicos. O que fazemos é mesclar com as músicas mais recentes. 

Rock Master: Depois de mais de 50 anos na estrada, você pensa em se aposentar em um futuro próximo?

Peter: Não tenho planos nesse sentido. Continuarei trabalhando com música e com a banda sempre. É a minha vida. Porque parar? Quando gravei meu primeiro álbum em 1971, eu não achava que estaria com mais de vinte álbuns depois dos 70 anos. Nós realmente não imaginávamos quanto tempo isso iria durar naquele momento. Então, temos que aproveitar até o fim essa carreira maravilhosa.

Nazareth, que, além de Peter e Carl conta com o guitarrista Jimmy Murrison e o baterista Lee Agnew, toca em Belo Horizonte neste domingo. O show acontece no Dimensão Hall, novo espaço para eventos localizado no estádio do Mineirão. O evento começa às 17h00, com o Nazareth subindo ao palco às 20h30. Os ingressos variam de R$ 100,00 (pista promocional) a R$ 350,00 (camarote open bar). Mais informações aqui.

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