Resenha: “Coffin Train” – Diamond Head

O Diamond Head apareceu para o mundo em 1979 com o lançamento de seu álbum de estreia, “Lightning to the Nations”. Um dos nomes mais proeminentes do NWOBHM, os britânicos acabaram não alcançando o mesmo sucesso de contemporâneos como Iron Maiden e Saxon. Para aqueles não muito familiarizados com o NWOBHM, o Diamond Head é mais conhecido por ser a banda que gravou a versão original de “Am I Evil?”, música que alcançou um novo patamar de reconhecimento graças ao fato de ser tocada ao vivo inúmeras vezes pelo Metallica.

Um outro fator que pode ter sido responsável pela carreira errática do Diamond Head está ligado ao fato de a banda tentar, logo em seu terceiro álbum, “Canterbury” (1983), dar uma abordagem mais comercial para a sua música, o que não agradou aos fãs da época. Isso e a incapacidade de se manter em uma mesma gravadora por muito tempo fez com que o Diamond Head seguisse o mesmo caminho de diversos grupos da época. Depois de quatro anos bem produtivos, a banda ficou em um hiato de 10 anos, até que, em 1993, o Diamond Head se separou. No meio dos anos 2000, a banda se reformou, lançou dois álbuns e se separou novamente. Em 2016, tendo apenas um membro original ainda na ativa, o guitarrista Brian Tatler, o Diamond Head ensaiou um novo retorno. Naquele mesmo ano a banda lançou um álbum autointitulado e, no ano passado, esse “Coffin Train”. Lançado por aqui via Hellion Records, ele tem um resultado positivo, apesar de alguns problemas.

Coffin Train” abre com uma bela porrada, “Belly of the Beast”. Empolgante, inspirada e direta ao ponto, a faixa tem tudo para agradar aos fãs do bom e velho NWOBHM. “The Messenger”, a segunda faixa do álbum, segue nessa mesma toada. A partir daí o álbum perde um pouco de sua consistência, no sentido em que o Diamond Head cai na mesma tradição de experimentar em suas músicas. “Coffin Train”, por exemplo, tem todo um ar do hard rock americano dos anos 1990, com o vocalista Rasmus Bom Andersen adotando uma linha vocal que lembra muito aquilo que o falecido Chris Cornell fazia.

E assim segue o álbum, variando faixas mais experimentais, mais arriscadas (por falta de um termo melhor) com aquelas mais pesadas, tradicionais e que remetem ao velho Diamond Head. “Death by Design”, por exemplo, não ficaria nem um pouco deslocada em “Lightning to the Nations”, enquanto que “The Sleeper” tem um quê de rock progressivo que não alcança todo o seu potencial. Já “Until We Burn”, faixa que fecha os trabalhos, remete novamente ao rock dos anos 1990 e não faria feio em uma rádio do gênero (caso ainda existissem rádios de rock por aqui).

No fim das contas, apesar de essa heterogeneidade – ou por causa dela – “Coffin Train” se constitui em um marco positivo nos quarenta anos de carreira de precursores de um dos principais movimentos musicais do século XX. Esperamos que essa formação da banda (que, além de Tatler e Andersen tem o guitarrista Andy “Abbz” Abberley, o baixista Dean Ashton e o baterista Karl Wilcox) se firme e permita que o Diamond Head finalmente encontre a fórmula que ela tanto busca para que possa alcançar o sucesso comercial dos maiores nomes do NWOBHM.

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