Resenha: “living the Dream” – Uriah Heep

Com cinco décadas de estrada e atualmente tendo Bernie Shaw (vocal), Mick Box (guitarra, único membro original remanescente), Davey Rimmer (baixo), Russell Gilbrook (bateria) e Phil Lanzon (teclado) em sua formação, o Uriah Heep mostra em seu 25º álbum, “Living the Dream” que ainda continua relevante e, diferente de alguns de seus contemporâneos, não se sentou sobre os louros conquistados em 50 anos de carreira.

Lançado lá fora em 2018, o álbum ganhou uma versão nacional no ano passado pela Hellion Records e traz o Uriah Heep em um dos seus melhores registros desde a década de 1970. Com Box e Lanzo à frente das composições, o que temos aqui é o rock típico da banda acrescido de alguns elementos hard rock, rock progressivo e mesmo heavy metal. Nas mãos de uma banda menos competente, essa salada poderia ter um resultado duvidoso; como estamos falando de músicos com muito tempo de experiência e competência comprovada, o produto final é nada mais do que excelente.

A versão nacional de “Living the Dream” tem dez músicas e é seguro dizer que se trata de um álbum bastante homogêneo, onde a banda trilha caminhos bastante conhecidos, correndo poucos riscos, do primeiro acorde de “Grazed by Heaven” ao segundo final de “Dreams of Yesteryear”. Se para alguns isso pode parecer ruim, já que muito do apresentado por aqui é mais do mesmo, os fãs de longa data do Uriah Heep encontrarão aqui tudo aquilo que os fizeram se tornarem admiradores do trabalho da banda em algum momento de sua longa carreira. Estão presentes as passagens de teclado de Lanzo, os solos bem compostos de Box, os refrões grudentos e Bernie Shaw mostrando uma voz que, aos 63 anos, não parece ter perdido a potência de outrora.

Tendo ainda a longa “Rocks in the Road”, a excelente semi-balada “Waters Flowing”, a legítima balada “It’s All Been Said” e uma das melhores composições da carreira da banda “Falling Under Your Spell” dentre seus destaques individuais – uma lista compilada puramente para efeitos práticos já que, como dito acima, este é um álbum que mantém a qualidade lá em cima do começo ao fim – “Living the Dream” é um daqueles registros raros, que se constitui quase um item obrigatório não só na coleção de fãs do Uriah Heep, mas de apreciadores do rock and roll em geral.

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