Resenha: Lockdown Reborn – Hellway Train

Egressa de Belo Horizonte, a banda Hellway Train foi fundada em 2010. Lançou seu primeiro EP em 2014 (“Breaking the Cage”), que obteve boa repercussão e gerou diversos shows. Pouco depois disso, no entanto, a banda entrou em um hiato, foi reformulada e, entre agosto e novembro de 2020, escreveu, gravou e produziu o EP “Lockdown Reborn”, lançado de maneira independente no ano seguinte.

A proposta musical do quarteto formado por Marc Hellway (vocal), Vinicius Thram e João Brumano (guitarras) e Chris Maia é fazer um heavy metal oitentista, fortemente influenciado pela cena NWOBHM. E é isso que entregam em seis faixas muito bem produzidas e que contam ainda com diversas participações especiais: o baterista Jon Alberth (em todas as músicas), os vocalistas Casito (Witchhammer, “Metal Widow”), Drake Chrisdensen (Ruins of Elysium, “Pride is a Riot) e Daniel Tulher (Payback, “Claustrophobiac”).

O EP começa com a curta “Off the Rails”, uma introdução que abre caminho para “Bomberman”, um metal clássico bem no estilo do que o Judas Priest fazia no fim dos anos 1980. A pegada continua a mesma em “Metal Widow” cuja letra procura dar um recado àqueles que exaltam a cena do heavy metal do passado e deixam de reconhecer o valor das bandas surgidas recentemente e que mostram um trabalho de qualidade.

Recado dado, vem “Pride is a Riot”, a música com o melhor refrão de todo o trabalho. Ela é aquele tipo de música que, basta escutar uma única vez pra sair cantarolando seu refrão. A velocidade aumenta em “Claustrophobiac”, claramente uma referência ao sentimento que muitos experimentaram graças ao longo período de lockdown enfrentado por todos em 2020 e 2021 devido à pandemia de Covid.

Finalmente, “Desordem/Regresso” é a única música em português do álbum e se trata de uma canção de protesto, como o título indica. Ela, inclusive, é a única das músicas de “Lockdown Reborn” que ficou de fora das versões digitais do álbum e se encontra presente apenas em seu formato físico.

Com uma boa produção, músicas contagiantes e um trabalho excelente de todos os envolvidos – mas com destaque para as guitarras de Vinícius, que criou riffs e encaixou solos que farão a alegria de qualquer headbanger nostálgico, “Lockdown Reborn” é um excelente lançamento cujo único defeito é ser muito breve. Esperamos que seja apenas um aperitivo do que o Hellway Train tem a mostrar no futuro (próximo?).

Agradecimentos: João Eduardo (Cogumelo Records)

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