Resenha: “Bloody Vengeance” – Vulcano

É inegável a importância do Vulcano para o cenário da música extrema nacional. Uma das pioneiras do death metal brazuca – se não a pioneira – a banda foi formada em 1981 em Santos (SP). Depois de lançar um compacto duplo e uma demo, o quinteto liderado pelo baixista Zhema e então completo por Angel (vocais), Soto Jr. e Flávio (guitarras) e Laudir (bateria) gravou sua estreia, o álbum ao vivo “Vulcano Live”. Um clássico da música extrema nacional, esse petardo foi relançado há dois anos pela Cogumelo Records. No ano seguinte, a banda lançaria seu primeiro LP de estúdio, “Bloody Vengeance”.

Esse registro histórico foi relançado esse ano pela Cogumelo como parte de sua iniciativa de resgatar os grandes nomes do heavy metal que passaram (ou que ainda fazem parte) de seu catálogo. O pacote tem o mesmo nível de qualidade dos lançamentos anteriores da gravadora mineira: embalagem slipcase com pôster 36×36 duplo (de um lado, a capa do álbum; se outro uma foto de Zhema em ação) e encarte com letras e fotos.

Falando do álbum em si, o que “Bloody Vengeance” traz é simplesmente música extrema pura, com death metal prevalecendo, mas absorvendo doses de black e mesmo thrash aqui e ali. O Vulcano não se preocupa em fazer concessões. É tudo rápido, pesado e blasfemo, com Angel urrando em todas as músicas, mostrando toda a sua fúria e sendo apoiado por guitarras afiadas e uma bateria frenética.

“Bloody Vengeance” é um álbum bastante homogêneo, com poucos momentos onde o pé é tirado do acelerador e há uma sonoridade mais cadenciada, como nos primeiros momentos da faixa que encerra os trabalhos, justamente a que dá nome ao álbum e em “Voices from Hell” .”Spirits of Evil” e “Holocaust” são outros bons destaques do álbum.

O primeiro álbum do Vulcano é bem curto, são 8 faixas que beiram os 24 minutos. A produção é bem “suja”, típica da época, o que é bem apropriado para bandas adeptas dessa sonoridade. Um álbum seminal, que influenciou o trabalho de bandas como SarcófagoSepultura, Darkthrone e tantas outras, é um belo resgate da Cogumelo.  O mais legal disso tudo é que, diferente de muitas bandas da época, o Vulcano continua na ativa e lançou seu mais recente trabalho, “Stone Orange” em 2022.

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