Matanza Ritual e Massacration fazem bom show em Belo Horizonte

Em menos de um ano, o Massacration passou pela terceira vez por Belo Horizonte. Em maio do ano passado, tiveram a companhia dos cariocas do Cara de Porco; em dezembro, a banda de abertura foi o Medjay; dessa vez, a honra de aquecer o público para a “maior banda de metal do mundo” coube ao Matanza Ritual, grupo liderado pelo ex-vocalista do Matanza, Jimmy London.

Adentrando o palco um pouco antes do programado e com um Mister Rock surpreendentemente cheio para um show de abertura – já que o público local geralmente prioriza a atração principal – o Matanza Ritual começou os trabalhos da noite com “O Chamado do bar”, música do Matanza que já levantou o público, com a galera cantando todos os seus versos em alto e bom som. Isso foi uma característica de quase toda a apresentação.

Com uma atitude meio punk, meio heavy rock, o vocalista Jimmy London não interage muito com o público. Pelo menos, não ao final de cada música, como muitos em sua posição fazem. Quando o fez, foi para agradecer e louvar o público, contar alguma história contextualizando a música a seguir, como foi o caso de “Ela roubou meu caminhão” ou fazer piadas com o Massacration. No mais, a banda priorizou a música, com um setlist focado em sua antiga banda. À exceção da faixa original “Rei Morto” e de “Leave that junk alone”, cover de Johnny Cash e que foi recebida de maneira mais morna pelo público, no resto do longo set (foram 25 músicas ao todo em um espaço de cerca de 90 minutos), a banda tocou músicas do Matanza, agradando o público, que agitou bastante, cantando ora as músicas inteiras, ora seus refrãos, com bastante energia e empolgação. Para uma banda de abertura, o Matanza Ritual teve uma recepção de atração principal.

Falando nela, o Massacration fez algumas mudanças em seu show, algo saudável já que essa é a terceira passagem da banda pela cidade em menos de um ano. O ator Felipe Torres continua a ser a primeira pessoa a adentrar o palco mas, nessa turnê, ele incorpora o apresentador Gilberto Barros com um texto já esperado: a banda vai atrasar por duas horas porque os integrantes foram se “aquecer” na zona boêmia e ele seria a atração até eles chegarem. O sketch acaba quando Joselito Sem Noção (Adriano Torres) dá-lhe uma paulada (de isopor) e abre caminho para que, após a intro, Detonator (Bruno Sutter), Metal Avenger (Marco Antônio Alves) e os membros temporários El Mudo (baixo) e Straupelator (bateria) entrem no palco já mandando “Metal is the law”.

Daí em diante o show seguiu mais ou menos o mesmo roteiro das vezes anteriores. A grande mudança foi a ausência de Franco Fanti, com Felipe Torres assumindo seu lugar nos sketches em músicas como “The Bull”, “The Mummy” e “Feel the fire… From barbecue” incorporando personagens como Max Cavalera e Jimmy, the Hammer, o baterista “original” da banda. Até mesmo a chegada tardia ao show do guitarrista Headmaster (Adriano Torres) seguiu o roteiro original. Já em relação ao setlist, a principal mudança em relação às apresentações anteriores foi a adição do single “Metal is my life”, lançado em dezembro passado. No mais, seguiu mais ou menos visto anteriormente.

Essa fórmula de misturar zoeira com metal sempre foi a marca da banda e, dado ao fato de continuarem lotando shows pelo país, ainda tem bastante força, apoiada principalmente no carisma de Bruno, que interage bastante com o público e fez do Detonator um bom personagem cômico. Musicalmente, também, são bastante competentes. Inclusive, a banda promete lançar seu terceiro álbum no dia 13 de julho de 2024, acabando com a sequência se singles e com o jejum de mais de uma década. Isso, certamente vai gerar mais uma turnê com bastante metal e zoeira.

O Rock Master agradece o Samuka e sua BH Hell’s pela parceria que proporcionou mais essa cobertura.

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