Depois de construir uma carreira sólida no Diamond Head, o guitarrista Brian Tatler assumiu a difícil tarefa de substituir Paul Quinn no Saxon. O Rock Master conversou com o mestre das seis cordas sobre a experiência de tocar “Wheels of Steel” na íntegra, sua contribuição em “Hell, Fire and Damnation” (último trabalho em estúdio do Saxon) e sua integração com os fãs da nova banda. Lembrando os ingleses se apresentam no Brasil em maio, com show marcado para Belo Horizonte em 4 de maio, no Mister Rock, principal casa de rock da capital mineira.
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Durante a atual turnê do Saxon, a banda tem apresentado o clássico Wheels of Steel na íntegra, o que tem sido uma experiência intensa tanto para os músicos quanto para os fãs. Para Brian Tatler, a sensação de tocar um álbum tão emblemático diante de um público apaixonado tem sido incrível. Ele confessou que, antes de se juntar à banda, não conhecia todas as faixas do disco, e passou um bom tempo estudando o material para fazer jus ao legado. “É um álbum realmente querido pelos fãs”, disse ele, destacando o quanto a resposta do público tem sido calorosa. A expectativa para levar esse show à América do Sul é alta. Brian guarda ótimas lembranças da última passagem por aqui com o Saxon, especialmente pela energia contagiante dos fãs, que marcam presença não só nos shows, mas também em aeroportos e hotéis, tornando a experiência ainda mais especial.
Ao falar sobre o novo álbum do Saxon, Hell, Fire and Damnation, do qual coescreveu algumas faixas, Brian explicou que buscou trazer elementos de sua vivência no Diamond Head, principalmente no estilo de tocar guitarra. Ele se sentiu bem acolhido pela banda nesse processo criativo, destacando a abertura de Biff Byford para novas ideias e sons que pudessem acrescentar algo fresco à identidade musical do Saxon. Segundo Brian, essa parceria tem tudo para crescer, e ele espera contribuir ainda mais nos próximos trabalhos da banda.
Com a saída de Paul Quinn dos palcos, Brian passou a dividir as guitarras com Doug Scarratt e falou sobre o desafio de equilibrar respeito ao legado de Quinn com a inserção de sua própria identidade musical. “Estudei bastante o estilo do Paul”, revelou. Há partes, como certas introduções ou riffs, que ele procura executar de forma fiel às gravações originais, mas em outros momentos, permite-se pequenas mudanças que refletem seu estilo pessoal. “Nem mesmo Paul fazia os solos exatamente como estão nos discos”, completou, mostrando o cuidado que tem ao homenagear sem copiar.
A recepção dos fãs do Saxon também foi tema da conversa. Brian, que agora é um membro permanente, disse que após dois anos com a banda, já se sente completamente integrado. A mudança de cenário, após décadas com o Diamond Head, foi como “uma lufada de ar fresco”, nas palavras dele. Entre os momentos mais marcantes dessa nova fase, ele relembra com emoção o dia em que Lars Ulrich o convidou para subir ao palco com o Metallica durante um festival para tocar o clássico “Am I Evil” diante de cerca de 70 mil pessoas — uma homenagem mais do que simbólica à influência do Diamond Head na história do thrash metal.
Por fim, Brian comentou sobre a dinâmica entre sua atuação no Saxon e o compromisso com o Diamond Head. Ele revelou que o último show do Diamond Head aconteceu em 2023 e, embora os membros da banda ainda mantenham contato e tentem alinhar suas agendas, no momento não há previsão para o fim do hiato. “Seguimos nos falando, mas agora o foco está no Saxon”, disse ele, encerrando com a certeza de que, mesmo com o passado honrado, o presente é cheio de possibilidades.
Além do show em BH, o Saxon se apresenta no Brasil em 3 de maio, em São Paulo (Bangers Open Air), e no dia 6, em Porto Alegre (Opinião). Ingressos para a apresentação nas capitais mineira e gaúcha estão à venda, respectivamente, no Bilheto e no Sympla.
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