Hellbound é o primeiro álbum do Iron Angel em 30 anos

Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o Rock Master!

O Iron Angel foi formado em 1980 em Hamburgo, Alemanha, mesma cidade que apresentou ao mundo nomes como Running Wild (1976) e Helloween (1984) e fez parte da primeira onda do speed metal alemão. Ao contrário das supracitadas, o Iron Angel nunca chegou perto de conseguir algum sucesso comercial, talvez pelos tumultos que marcaram sua história.

Quando de sua formação, a banda se chamava Metal Gods, inspirada pela música de mesmo nome do Judas Priest. Em 1983 assumiram a alcunha Iron Angel e seus três anos seguintes foram bastante ocupados, com o lançamento de três demos (1984/1985) e dois álbuns: “Hellish Crossfire” (1985) e “Winds of War” (1986). Ao final deste mesmo ano, o Iron Angel encerrou as atividades pela primeira vez.

Em 1997, a banda se reuniu em uma nova formação, que durou 3 anos, até a morte do guitarrista Peter Wittke em um acidente de carro. Em 2007 outra tentativa de reunião resultou no lançamento de mais uma demo e foi interrompida pela morte de outro membro original, o guitarrista Sven Strüven.

Apesar de todas essas tragédias, 2015 viu o Iron Angel ressuscitar mais uma vez. Comandada pelo vocalista Dirk Schröder, único membro original na formação, que se completa com os guitarristas Robert Altenbach e Mischi Meyer, o baixista Didy Mackel e o baterista Mäx Behr, o grupo finalmente conseguiu lançar seu terceiro álbum, após um hiato de mais de 30 anos. “Hellbound” chegou ao mercado no começo de 2018 e foi lançado no Brasil pela Hellion Records.

Apesar da capa meio tosca e relativamente enganadora, pois parece muito com algo que seria aprovado por uma banda de black metal, o novo trabalho do Iron Angel é um álbum de speed metal, puro e simples. Com isso, quero dizer que a banda se baseia bastante nas raízes do estilo para compor suas canções e escrever suas letras, não procurando trazer nada de novo. Eles, inclusive, dispensam alguns dos recursos adicionados ao speed metal alemão e popularizados por Helloween, Blind Guardian e outras. Aqui não há orquestrações ou exibições de virtuose. São guitarras, baixo, bateria e só.

Isso faz com que “Hellbound” seja uma boa viagem aos primórdios do metal alemão e “Writing’s on the Wall”, faixa que abre o álbum, já deixa isso bem claro. É o speed metal clássico que marca as dez faixas de “Hellbound” que, além da primeira música, traz faixas como “Hell and Back”, “Blood and Leather”, “Purist of Sin” (cujas linhas vocais em certos momentos lembram bastante “Battery”, do Metallica) e “Ministry of Metal” como destaque. Esta última, inclusive, não faria feio em um álbum do Manowar, já que é uma homenagem ao heavy metal, algo caro à banda americana.

Um álbum com o devido peso e cheio de energia, “Hellbound” é uma prova de perseverança de Dirk Schröder, que, desde 1983, apesar de todos os problemas, se mantém à frente do Iron Angel.

Se você é fã do speed metal alemão clássico, vale a pena conferir esse álbum.

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