Resenha – “Prayers of Steel” – Avenger

Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo “Piolho” Monteiro para o Rock Master!

Com mais de 30 anos de carreira, o Rage é uma das mais bem sucedidas bandas do heavy metal alemão. Nestas três décadas foram 22 álbuns de estúdio, sendo a primeira banda de power metal a utilizar uma orquestra sinfônica na gravação de um de seus trabalhos (“Lingua Mortis”, de 1996). No total, o Rage vendeu mais de cinco milhões de álbuns e tem mais de 50 trabalhos lançados, somando-se álbuns ao vivo, DVDs, EPs, VHS (no começo da carreira) e afins.

Antes do Rage, no entanto, havia o Avenger. A banda foi formada em em 1984 por Peter “Peavy” Wagner (vocais, baixo), Jochen Schröder e Alf Meyerratken (guitarras) e Jörg Michael (bateria) e faz parte dos pioneiros do heavy metal germânico ao lado de bandas como Running Wild, Grave Digger, Helloween e Blind Guardian, ainda que sua sonoridade investisse mais na agressividade dos primeiros do que no virtuosismo melódico dos segundos.

A vida do Avenger, no entanto, durou pouco. Menos de dois anos depois de formada, a banda teve que trocar seu nome, pois já havia um grupo inglês chamado Avenger. Devido a isso, o grupo tem apenas um álbum em sua discografia. “Prayers of Steel”, de 1985, foi relançado por aqui no final de 2018 pela Hellion Records em uma edição especialíssima que o torna algo bastante atraente para aqueles que são fãs do heavy metal alemão. Afinal, estamos falando do álbum de estréia daquela que viria a se tornar uma das maiores representantes da cena mais respeitada do heavy metal mundial.

“Prayers of Steel” é um registro bem legal, já que mostra o futuro Rage fazendo um heavy metal puro e simples, direto e quase “cru”, cheio de energia e com os vocais já potentes de Peavy dando o tom. É um trabalho bem diferente do que o Rage apresenta no momento, mas traz elementos que a banda utilizaria em álbuns como “Reign of Fear” (1986) e “Execution Guaranteed” (1987). Toda a fórmula utilizada pelo metal alemão da primeira metade dos anos 1980 está lá: as guitarras fazendo uma “parede sonora”, vocais agudos, refrões grudentos e a bateria marcante de Jörg, que, após sair do Rage, fez carreira em bandas como Axel Rudi Pel, Running Wild e Stratovarius.

A versão original de “Prayers of Steel” traz 10 faixas dentre as quais se destacam “Battlefield”, que abre os trabalhos, “Halloween”, “Faster than Hell” e “Bloodlust”.

O que faz este lançamento ainda mais atraente é o disco de bônus. Ele traz 16 faixas com versões demo de todas as músicas presentes no primeiro disco, sobras de estúdio e duas faixas inéditas: “Seven Gates of Hell” e “Victim of Rock”.

“Prayers of Steel” não é, nem de longe, o melhor álbum do Rage. Mas tem bastante valor histórico, especialmente para aqueles fãs do heavy metal alemão da primeira metade dos anos 1980 ou que, sendo fãs do Rage, desconheciam essa “obra perdida” em sua discografia.

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