Resenha: “The Nature of the Beast” – Impellitteri

Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo Monteiro para o Rock Master!

Com três década de carreira, Chris Impellitteri se consagrou como um dos guitarristas mais rápidos da história do heavy metal, ao lado de nomes como Michael Angelo Batio e Yngwie Malmsteen. Assim como os supracitados, Impellitteri investe em solos super rápidos e técnicos, mas sem desprezar a harmonia. Velocidade e técnica sem uma harmonia decente e nada são a mesma coisa, afinal de contas.

E são esses ingredientes que predominam em “The Nature of the Beast”, o décimo primeiro álbum da banda que leva seu sobrenome, lançado no final do ano passado na Europa e que chegou por aqui este ano pela Hellion Records.

Confesso que “The Nature of the Beast” é um álbum que precisa de um pouco de insistência no sentido de que apenas uma audição é pouco para que ele possa ser devidamente apreciado. Na segunda tentativa, no entanto, já dá para perceber que estamos diante de um álbum de speed metal bastante sólido onde a velocidade e virtuose da guitarra estão em destaque, mas não dominam a cena a ponto de relegar os demais elementos a segundo plano nem correm o risco de entediar o ouvinte não muito afeito a malabarismos nas seis cordas. Ainda que Chris Impellitteri seja a figura central – a banda é dele, afinal de contas – ele dá bastante espaço para que o vocalista Rob Rock, o baixista James Pull e o baterista Jon Dette (com o apoio de Phil T) apareçam bem ao longo de todo o álbum.

A experiência de Chris Impellitteri mostra que calcar o seu álbum apenas em sua capacidade de “fritação”, o que, já foi estabelecido, ele faz muito bem, não manteria o interesse de qualquer um que não seja um guitarrista adepto do shredding. Por isso, apesar de ter a velocidade e sua técnica apurada como focos, ele também se preocupa em escrever músicas onde os riffs tenham um bom papel, enquanto que Rob Rock se foca em letras que ora transpiram energia, ora trazem refrões grudentos – ainda que não grandiosos – o que não deixa de também ser uma característica intrínseca ao heavy metal ao qual Chris é um adepto.

The Nature of the Beast” tem 12 faixas, das quais 10 são inéditas e duas são versões para a clássica “Phantom of the Opera”, de Andrew Lloyd Webber e “Symphony of the Universe”, do Black Sabbath. Elas, porém, não são os destaques do álbum, ainda que tenham seu valor. Essa honra cabe a “Hypocrisy”, “Masquerade”, “Run for your Life”, o trio que abre o álbum, “Wonder World”, “Do You Think I’m Mad”, “Kill the Beast” e “Shine On”, que fecha os trabalhos.

Com uma produção redondinha, solos de guitarra magníficos, um bom trabalho de Rob Rock e uma cozinha decente, “The Nature of the Beast” é, com certeza, um dos grandes lançamentos do speed metal a chegar em terras brasilis em 2019. Ainda que precise de mais de uma audição para que possa começar a ser devidamente apreciado, esse pseudo-esforço compensa.

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