Resenha: “Light of Revelations” – Guilherme Costa

Depois do EP “The King’s Last Speech” eis que o guitarrista mineiro Guilherme Costa lança o seu primeiro álbum completo, “Light of Revelations” e confirma a tradição de Minas Gerais de revelar grandes nomes do rock e metal – e, sejamos francos, da música em geral.

Light of Revelations” é aquele tipo de álbum que vai em diversas direções, o que às vezes pode causar estranheza, mas, graças à competência e versatilidade de Guilherme, isso não acontece. Mesmo que o trabalho do guitarrista vá do hard rock dos anos 1990 ao blues passando pelo power metal, indo para o acústico e unindo o baião nordestino com o thrash metal norte-americano, o fato é que essa mistura toda funciona muito bem.

Mesmo sendo um álbum prioritariamente instrumental, Guilherme e os produtores Gus Monsanto (ex-Adagio, atual Human Fortress) e Celo Oliveira souberam equilibrar até mesmo isso. Tanto que os trabalhos são abertos com “Fight Against Myself”, um hard rock com influências de grunge com um refrão excelente e belas linhas vocais de Monsanto. A ela se seguem “Blood Wars”, com um instrumental empolgante claramente influenciada por Joe Satriani e “Inside My Mind”, com uma influência mais predominantemente originária do blues e um belo solo que remete a Steve Vai.

A voz volta ao álbum em “Rising Star”, dessa vez com o cantor Jefferson Gonçalves em uma balada fantástica, cuja letra foi inspirada no caso daquele cachorrinho que foi espancado por um segurança de uma rede de supermercados e acabou falecendo horas depois. Independente do tema, o fato é que “Rising Star” é um dos grandes destaques de um álbum que é recheado deles.

The Sound of Hope” e “An Invitation to the Soul” vem a seguir e novamente são peças instrumentais. A primeira é um hard rock clássico, onde se pode perceber uma clara influência do trabalho de Paul Gilbert, enquanto que a segunda é toda levada no violão e mostra que Guilherme também sabe criar boa música acústica. Ela dá uma pisada no freio e meio que prepara o ouvinte para a faixa título. Novamente com Gus nos vocais, “Light of Revelations” um power metal clássico, na escola do Angra da época de “Temple of Shadows”, que mostra como Guilherme consegue transitar por diversos estilos diferentes com grande desenvoltura. Isso faz com que “Light of Revelations” seja outro dos destaques do álbum.

Light of Revelations” termina oficialmente com “Homeland”, música onde o baião nordestino é a grande influência e lembra um pouco o que Kiko Loureiro (ex-Angra, Megadeth) fez em seu primeiro álbum solo. O termo “oficialmente” se aplica porque as faixas seguintes presentes no lançamento são reminiscentes do EP “The King’s Last Speech”. “Come Out and Play”, a mais longa de todo o álbum, novamente tem uma melodia bem para cima que remete novamente ao trabalho de Joe Satriani. “The Beginning of a Journey” é mais uma música que dá uma pisada no freio, sendo uma balada instrumental, enquanto que “The King’s Last Speech retoma a toada mais hard rock.

No fim das contas “Light of Revelations” é um dos melhores álbuns de rock de 2019. Vale a pena observar de perto o trabalho de Guilherme que se mostra um compositor e guitarrista de mão cheia.

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