Resenha: “Satanica” – Behemoth

Atualmente o Behemoth é uma das principais bandas do cenário do metal extremo. Liderada pelo vocalista/guitarrista Adam “Nergal” Darski e formada em 1991 na Polônia, em seus primeiros anos a banda praticou um black metal bastante influenciado pela cena norueguesa, com elementos de heavy metal brutal aliados à teclados e alguma coisa advinda do folk aqui e ali.

Em 1999, no entanto, o Behemoth resolveu se arriscar e lançar um álbum que mudaria a sua história e os colocaria na direção do patamar no qual se encontram hoje. “Satanica”, relançado por aqui no ano passado pela Hellion Records – foi um dos primeiros álbuns da história onde o black metal e o death metal se uniram de maneira quase simbiótica, no que hoje se convenciona chamar de blackened death metal, ou seja, death metal fortemente influenciado pela temática do black metal.

Satanica” traz tudo aquilo ao quais os fãs do Behemoth se acostumaram a encontrar em seus álbuns posteriores: a bateria insana de Zbigniew “Inferno” Promiński e a guitarra rápida de Nergal enquanto despeja riffs e solos de bastante qualidade aliados a seus vocais guturais/gritados que caem como uma luva (perdão pelo clichê) nas letras cujos temas se focam no combate à religião.

Satanica” é um álbum onde o Behemoth se arrisca pouco e é um tanto homogêneo , mas, nem por isso, ele deixa de ser um produto de qualidade. Tudo soa redondinho, com todos os instrumentos – além de Nergal, que também cuidou do baixo, e Inferno, o guitarrista Leszek “L-Kaos” Dziegielewski fazia parte da banda na época – em equilíbrio, sem atropelos. Há, claro, algumas variações de ritmos, com alguns momentos mais calmos em músicas como “The Alchemist’s Dream” e em “Chant for Enchanton 2000”, que fecha o álbum em grande estilo. Além delas, “Decade of Therion” e “LAM” são destaques individuais do álbum que tem oito faixas. Mais ou menos.

Em uma dessas extravagâncias difíceis de entender, “Satanica” apresenta 93 faixas. Dessas, além das oito primeiras, há uma pequena música instrumental escondida – com menos de um minuto – no que seria a faixa de número 33 e uma outra que encerra os trabalhos (faixa 93). Como são quase como cenas pós-créditos, nenhuma delas tem um título.

Esquisitices descontadas, “Satanica” é um álbum fundamental para fãs do Behemoth entenderem como a banda mudou sua sonoridade.

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