Fãs da música “pesada” em geral devem reconhecer, mesmo que de passagem, o nome de Glen Drover. Um dos grandes guitarristas do Canadá, Glen ficou mais famoso pela sua curta passagem pelo Megadeth entre 2004 e 2008. Com a banda de Dave Mustaine, Drover fez parte da formação responsável pelo álbum de retorno da banda após o “acidente” que quase acabou com a carreira de Mustaine (entre aspas mesmo, porque dormir em cima do braço e comprimir os nervos a ponto de comprometer o membro não é necessariamente um acidente de verdade), o bom “United Abominations”. Após sua passagem pelo Megadeth, Drover passou por Testament, Queensrÿche e a banda solo de Geoff Tate.
Em 2013, Glen anunciou que estava começando uma nova banda. E ficou mais ou menos nisso até o ano passado, quando “Imperium”, primeiro registro do Walls of Blood chegou ao mercado. E pode-se dizer, com segurança, que a espera valeu à pena. O que temos aqui é um álbum de speed/thrash metal sólido, com toques de power metal que apenas aumentam o seu nível de qualidade.
Para o primeiro álbum do Walls of Blood, Glen cuidou de todas as guitarras e teclados, com Chris Myles e Joe Diblase no baixo (Joe tocou em duas músicas apenas) e Scott Barrymore nas baquetas. Para dar voz às suas composições, Glen chamou um time respeito: Nils K. Rue (Pagan’s Mind), Todd La Torre (Quensrÿche), Chuck Billy (Testament), Henning Basse (Metallium, Firewind), Matt Cuthbertson (Ultimely Demise), Dan Cleary, Lance Harvill e o onipresente Tim “Ripper” Owens. Com a exceção de Henning, que colabora em três das dez músicas do álbum, todos os demais aparecem em uma faixa cada.
O mais legal do álbum é que Drover aparentemente compôs cada música tendo o vocalista em questão em mente, de forma a aproveitar o que cada um deles tem de melhor. Isso faz com que “Imperium” não tenha músicas fracas. Não há nenhum momento aqui em que os vocais pareçam deslocados em relação ao instrumental. Não, tudo foi muito bem pensado e equilibrado e Drover parecia bastante inspirado, já que o que vemos aqui são riffs certeiros e solos muito bem colocados, tudo isso ressaltado por uma produção muito limpa e bem feita. Se há uma faixa aqui que parece deslocada é “Junkhead”, cover do Alice in Chains, mas apenas por sua sonoridade ser tão diversa das músicas anteriores e posteriores. Sua execução, é perfeita e Lance Harvill faz uma versão bem decente do falecido Layne Staley. Talvez essa sensação fosse menor se a música em questão estivesse posicionada ao final do álbum e não entre músicas bem mais pesadas.
Apesar de sua homogeneidade, “Imperium” tem seus destaques em “Leave the World Behind”, “Waiting to Die” , “Walls of Blood”, “Tarnished Dream”, “The Fall of Men” e “Seven Spirits”, que fecha os trabalhos.
Se esse “Imperium”, lançado por aqui no ano passado pela Hellion Records, é apenas uma amostra do que o Walls of Blood tem a oferecer ao heavy metal mundial, vale muito a pena seguir as próximas investidas de Glen Drover.
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