Rock de BH perde uma de suas raízes: Stonehenge fecha as portas

A comunidade do rock em BH sofreu um duro golpe. Um dos verdadeiros redutos do estilo na capital mineira foi mais uma das milhares ‘vítimas’ entre as casa comerciais na pandemia e fechou as portas na manhã deste sábado (10/4). O Stonehenge Rock Bar, parceiro do Rock Master, deixa de existir.

Pelo menos no local atual, onde sempre funcionou, o Stone, como é conhecido no meio, não mais existirá. O dono do estabelecimento, Rodrigo Cunha, esvaziou o imóvel, que fica na Rua dos Tupis, 1.448, no Barro Preto. E ao final, retirou a lendária placa que fica na entrada.

“Hoje está sendo um dia muito difícil, muito complicado. Mas quero só ressaltar a minha gratidão. A gente tem que ser grato na vida, nessa montanha russa louca que a gente vive. A única coisa que eu queria mesmo é agradecer às bandas, aos clientes, aos amigos. Só gratidão e experiência que a gente leva para a vida. A única coisa que eu queria era agradecer todo mundo pessoalmente, mas infelizmente não posso”, disse, bastante emocionado.

O Stone já estava fechado desde o início da pandemia, em março de 2020. Cunha, inclusive, manteve o nome ativo em uma hamburgueria, a Stonehenge Rock Burger. Mas sem a volta de shows e eventos, agora encerra suas atividades em abril de 2021.

HISTÓRIA

O Stonehenge Rock Bar, considerado um dos bares do rock ‘raiz‘ na capital mineira, foi fundado em 19 de novembro de 1999. Completou 21 anos em 2020, já fechado, e chegaria aos 22 anos em 2021.

Segundo relato anterior do próprio Rodrigo Cunha, o Sapão, ‘em setembro de 1999, existia uma pessoa com uma ideia fixa de abrir um bar de rock e reggae em Belo Horizonte, e que procurava um imóvel adequado’.

Encontrada a ‘velha casa abandonada e esquisita no Barro Preto’, logo no primeiro final de semana de funcionamento, o espaço já se chamaria Stonehenge Rock Bar. ‘E de lá pra cá muita coisa aconteceu, muitas histórias escritas, amizades vividas, muito a agradecer a muitas pessoas que sempre nos ajudaram no dia a dia da família Stone’, disse.

“Nós agradecemos a confiança no trabalho em prol da preservação, difusão e formação de uma cena de rock forte, viva e vibrante em BH”, frisou Rodrigo.

Desde então, foram centenas, ou milhares de shows de bandas da capital mineira, de fora do estado e até de fora do país. Além disso, o Stone contou com dezenas de projetos musicais na programação, como o Rock Das Gerais (música autoral), Rock Solidário, Réveillon do Stonehenge, o BH Soul Blues Festival, o Stone Metal Fest, o Rock Das Gerais, a Virada do Rock, O Bloco Dos Camisa Preta, O Dia Mundial do Rock dos Camisa Preta, Primavera do Rock entre outros.


(Foto Iana Domingos)

No início, o bar tinha uma piscina bem no meio. Mas com alguns, digamos, acidentes leves, de pessoas pulando dentro, o dono decidiu pelo fechamento. E ainda existia o ‘Inferninho‘, um espaço que se transformou em um estúdio de ensaio de bandas, mas que no início também recebia shows, mesmo em um quarto bastante pequeno, o que dava um ‘charme’ especial.

COMOÇÃO

Nas redes sociais, o fechamento do Stone causou comoção entre a comunidade do rock de Belo Horizonte. Muita gente postou fotos de shows e eventos no local, com mensagens de ‘até logo’ e textos emocionados de despedida.

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