Veteranos na cena do heavy metal de Belo Horizonte, o Dinnamarque demorou cerca de 18 anos para lançar seu primeiro álbum completo, “One Spirit of a Thousand Faces“, que chegou ao mercado no primeiro semestre de 2020. O quarteto formado por Rafael Dinnamarque (voz/baixo), Ronan Oliveira e Leo Lanny (guitarras) e Riccardo Linassi, (bateria) parece ter tomado gosto por essa coisa de lançar álbuns completos, porque fizeram isso novamente pouco menos de dois anos depois de sua estreia. Diferentemente de seu antecessor, “The Darkside of Human Nature” saiu, pelo menos por enquanto, apenas em formato digital. Não que isso diga qualquer coisa a respeito da qualidade do álbum, é apenas uma informação digna de ser compartilhada. Essa escolha tem a vantagem de facilitar o acesso de um público maior ao trabalho da banda, ainda que decepcione os fãs que gostam de ter o material físico em mãos. Algo que os fãs de heavy metal em geral ainda prezam bastante.
Detalhes (praticamente irrelevantes) de lado, depois de uma estreia muito boa, o Dinnamarque mantém sua evolução musical. Em “The Darkside of Human Nature” a banda apresente mais variações dentro de seu arsenal, praticando um heavy metal tradicional com bastante influência de power metal e hard rock. Em uma atitude corajosa, que já foi tomada por bandas como o Blind Guardian, o Dinnamarque abre os trabalhos com a faixa título, a mais longa do álbum, batendo nos quase dez minutos, trazendo intro, mudanças de andamento, guitarras bem encaixadas, enfim, tudo o que a banda mostrou na estreia e se esperava deles aqui.
Essas variações de andamento permeiam todo o álbum tornando-o um trabalho bastante sólido. É até difícil eleger destaques individuais, mas faixas como “In the Water”, “El Matador”, “House of Madmen” e “Sacrifice” são bons exemplos da qualidade do trabalho do Dinnamarque em seu segundo álbum.
Qualidade essa que só ficou maior com os convidados do álbum. O guitarrista Guilherme Costa, a vocalista do Sacrificed, Kell Reis, as cantoras Raquel Carneiro e Rayane Boldrini, a violonista Luna La Hara e William Alves, responsável pelo trompete em “El Matador”.
No fim das contas, o Dinnamarque superou o estigma que cerca muitas bandas, o de fazer um trabalho muito bom na estreia e não repetir o mesmo feito no álbum seguinte. A continuar assim, o quarteto de BH tem tudo para figurar na lista de grandes nomes do metal surgidos em terras mineiras.
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