Foi uma longa espera. O Shaman estava programado para tocar em Belo Horizonte em agosto de 2020, parte da Nagual Fly Tour, que apresentaria o vocalista Alírio Netto ao público. Alírio havia, então, substituído há pouco tempo o vocalista André Mattos, falecido em 2019.
No entanto, a pandemia do Coronavírus adiou os planos por mais de uma vez. Finalmente, quando a situação sanitária reuniu as condições propícias para que shows voltassem a acontecer, o quinteto paulista completado por Luis Mariutti (baixo), Ricardo Confessori (bateria), Hugo Mariutti (guitarra) e Fábio Ribeiro (teclados) pegou a estrada e desembarcou na capital mineira no último dia 27 de maio. A razão da turnê, no entanto, havia mudado. Mantendo-se ativa durante a pandemia, a banda gravou seu mais novo trabalho de estúdio, o bom “Rescue“. A divulgação do álbum, então, passou a ser o objetivo.
O evento em BH teve como banda de abertura os mineiros do Dinnamarque. A banda capitaneada pelo carismático Rafael Dinnamarque (vocal/baixo) e que conta com Ronan Oliveira e Leo Lanny (guitarras) e Riccardo Linassi está divulgando seu segundo álbum de estúdio, “The Darkside of Human Nature“, que, por enquanto, se encontra disponível apenas nos serviços de streaming.
Com um setlist curto e bem balanceado entre o novo álbum e o primeiro, “One Spirit of a Thousand Faces“, o Dinnamarque fez um apresentação bem legal, que contou com a participação da vocalista Kell Hell (Sacrificed) na música “Sacrifice”, repetindo a dobradinha que deu certo no segundo álbum e deixou o público bem aquecido para a atração principal. Com o frio que anda fazendo em Belo Horizonte, essa não foi uma tarefa fácil, mas o Dinnamarque cumpriu bem seu papel.
Com um pouco de atraso, algo esperado em shows de heavy metal, o Shaman adentrou o palco do Mr. Rock nos últimos acordes de uma intro pré-gravada para começar os trabalhos da noite com “Time Is Running Out”, a exemplo do que acontece em “Rescue”. Já de cara o carisma de Alírio Netto, que agita o tempo todo, contagiou o público em um show (com o perdão do clichê) recheado de clássicos da carreira da banda. O setlist foi bem equilibrado, com “Rescue” e “Ritual”, o primeiro álbum do grupo, tendo o maior número de músicas tocadas. “Reason”, segundo álbum, também foi contemplado. Músicas dos álbuns “Immortal” e “Origins” foram deixadas para uma outra ocasião.
O Shaman tem uma longa carreira e isso se mostra pela presença de palco de seus integrantes, todos bem cientes de seus papéis e em como desempenhá-los. O foco aqui era em Alírio e ele correspondeu às expectativas, correndo por todo o palco, tocando teclado, interagindo com o público e emocionando a audiência em momentos como na dobradinha “Fairytale/Gone Too Soon”, músicas dedicadas à memória de André Mattos. Outros grandes momentos da noite foram durante as faixas “The ‘I’ Inside”, “For Tomorrow” e “Time Will Come/Ritual”. O público correspondeu, respondendo aos comandos do vocalista quando este pedia um coro, gritando mais alto ou aplaudindo, jogando os braços pra cima estimulados por Hugo e, claro, cantando diversas das músicas da banda junto com a Alírio. Houve mesmo um momento onde as lanternas dos celulares foram acesas, substituindo os antigos isqueiros, na homenagem à André mencionada acima. Um show digno da história da banda.
“Pride”, uma das melhores músicas do álbum de estreia, fechou a apresentação, deixando o público mineiro mais do que satisfeito e com a certeza de que a banda encontrou a pessoa certa, na figura de Alírio, para substituir o grande André Mattos (ainda que sua falta seja sempre sentida).
Agradecimentos: Márcio Siqueira/MS BHZ Produções.
Galeria de fotos por Alexandre Guzanshe
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