Trouble se reinventa em quarto álbum

Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o Rock Master!

Depois do lançamento de “Run to the Light“, que marcou o fim do contrato da banda com a gravadora Metal Blade, o Trouble deu um tempo. Apesar de se manter ativa na estrada, divulgando seu terceiro álbum, a banda, sem uma gravadora, entrou em um hiato de três anos. Em 1990, o produtor Rick Rubin (famoso por trabalhar com bandas como Metallica, AC/DC, Slayer e Red Hot Chilli Peppers, dentre muitos outros) recrutou o Trouble para sua gravadora, a Def American Records. Naquele mesmo ano, o grupo lançou seu quarto álbum, auto-intitulado.

“Trouble” traz mudanças tanto na formação quanto no direcionamento sonoro da banda. O baterista Dennis Lesh deixou as baquetas, sendo substituído por Barry Stern. Barry se juntou ao quarteto formado por Eric Wagner (vocal) Bruce Franklin e Rick Wartell (guitarras) e Ron Holzner (baixo).

Já no que diz respeito ao direcionamento sonoro, o Trouble resolveu retornar à sonoridade apresentada em “Psalm 9“, seu álbum de estréia, mas adicionando ao doom apresentado então pitadas de stoner rock, blues, thrash e mesmo um pouco do psicodelismo que marcaria seus lançamentos posteriores. Liricamente, as coisas continuaram como sempre. Caso esta seja a primeira resenha que lê de álbums do Trouble aqui no Rock Master, o letrista Eric Wagner escreve músicas com letras que trazem mensagens prioritariamente cristãs, o que fez muitos rotularem o Trouble como white metal ou Christian metal.

Rótulos a parte, o fato é que os três anos de descanso fizeram bem para o Trouble, especialmente para a dupla de guitarristas, que compôs alguns dos melhores riffs e solos de toda a história da banda até o então para este álbum. Mesmo apresentando um som mais enérgico e mais rápido, o Trouble não se desligou totalmente de suas raízes aqui. Sim, a banda ainda parece um Black Sabbath que faz música cristã, mas desde quando isso é ruim?

Músicas como “At the End of My Daze”, “The Wolf”, “R.I.P”, “E.N.D.” e “All Is Forgiven” são belas amostras da nova sonoridade que o Trouble trouxe para seu trabalho no começo da década de 1990. Uma década que, infelizmente (ou não), jogaria o heavy metal norte-americano para escanteio quando da ascenção do grunge. Mas isso é assunto para outro texto….

Com dez faixas, “Trouble” foi relançado por aqui pela Hellion Records.

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