Resenha: The Five Sigils – Agaurez

A história do Agaurez não foge muito daquela compartilhada pela maioria das bandas que se aventura pelo metal extremo, especialmente no Brasil.  Formada em Belo Horizonte em 1998, a banda, (cuja alcunha então era Agaures) lançou dois materiais não oficiais em 2000, seguido do álbum de estreia, “Un-Virtue-Vitae” em 2002. A partir daí a banda excursionou pelo país, participou de coletâneas e, em 2006, debandou.

O hiato durou até 2013, quando a banda se reuniu e, em 2019, lançou seu segundo álbum, “The Five Sigils” através dos nossos parceiros da Cogumelo Records. E, como não poderia deixar de ser, ainda mais sendo uma banda surgida na capital mineira – que continua a ser um dos principais celeiros para o metal extremo no país – o grupo hoje em dia formado por V.Cenobite (vocal), C.Alok e F.Impius (guitarras), R.Necro (baixo) e D.Hell (bateria) mostra que meras duas décadas não foram o suficiente para aplacar sua fúria. Pelo menos musicalmente falando.

Em “The Five Sigils” o Agaurez apresenta uma mescla praticamente perfeita de black, death e thrash metal. São cinco faixas – sete se considerarmos “The Awakening” e “Misanthropic Moonlight”, que respectivamente abrem  e fecham os trabalhos e destoam bastante do resto do registro, já que são duas músicas instrumentais bem calmas e acessíveis, mas que fazem todo o sentido de estarem aqui, além de serem bastante características de trabalhos do estilo – em que não há sequer um momento fraco. Sabem aqueles álbuns onde sentimos a necessidade de pular essa ou aquela faixa porque, por algum motivo, ela não parece se encaixar bem na proposta do álbum como um todo ou, simplesmente, não agradou o suficiente? Pois é, isso não acontece com “The Five Sigils”.

Ao longo das cinco faixas que constituem o “recheio” de “The Five Sigils” (por falta de uma palavra melhor), o Agaurez consegue alternar a pancadaria do metal extremo com algumas ambientações bem colocadas – principalmente nas introduções de algumas das faixas, tendo “Serpents” como seu melhor exemplo. Além disso, o álbum como um todo é uma sequência de riffs matadores um atrás do outro e aquele peso característico que toda boa banda de metal extremo consegue colocar em suas músicas. Aqueles que escutarem o andamento de “Spiteful Catharsis” e “A Diabolical Manifesto” entenderão bem do que falo aqui.

No fim das contas, pode-se dizer com segurança que  “The Five Sigils” mostra um Agaurez renascido e cujo trabalho tem tudo para agradar aos adeptos do bom e velho metal extremo. Uma ótima oportunidade para aqueles que não conhecem o trabalho da banda o fazerem.

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