Resenha: “Banishment” – In Nomine Belialis

Formada no final da década de 1990 em Belo Horizonte, MG, a proposta do In Nomine Belialis era bem clara: fazer um black metal old school, com uma pegada misturando crueza e técnica, uma sonoridade direta e pingando brutalidade e fúria, com letras recheadas de blasfêmias. “Banishment”, seu terceiro álbum completo, lançado no final do ano passado pela nossa parceira Cogumelo Records, tem tudo isso e não deve em nada para os pioneiros do metal extremo nascido nas Minas Gerais.

É impressionante o que uma banda que conta com apenas K.W.V.A. (guitarra, vocais), P. Jaued (baixo) e Nefastus Porphir (bateria, vocais) consegue produzir em termos de brutalidade. Ao contrário de muitas bandas de metal extremo que variam passagens mais lentas com aquelas mais pesadas/rápidas, o In Nomine Belialis pisa fundo desde a faixa título, que é a segunda do álbum. A primeira, uma introdução longa (“Maldição), ficou a cargo da convidada Fernanda Ariel, onde ela recita uma maldição contra cristãos em geral (quer coisa mais black metal old school do que isso?).

“The Sounds of Hell” vem a seguir e tem os melhores riffs de todo o álbum, que se caracteriza por uma bela parede sonora – cortesia de K.W.V.A. – e seções que eu ousaria chamar de rítmicas, não fossem a fúria com que são executadas. A ela se seguem “Originated in Magma”, “Journey Beyond”, a curta (pros padrões do álbum) “On Behalf of Satan” e “In Maximis Tenebris Mysteriorum”, que conta novamente com vocais de Fernanda em português, dessa vez fazendo um dueto com K.W.V.A., e fecha os trabalhos.

“Banishment” é aquele tipo de álbum que fala diretamente com fãs do black metal praticado por bandas como Mayhem, Emperor e Immortal, só para citar algumas. É um trabalho onde a fúria está presente em todos os seus praticamente 45 minutos, seja nas palavras de Fernanda na introdução e na música final, seja nos gritos, berros e urros de K.W.V.A., no baixo de Jaued e nas baquetas de Nefastus. Tudo é tão intenso, furioso e blasfemo que pode ser difícil de digerir de uma vez só, tamanha a intensidade da música do In Nomine Belialis. Numa segunda audição isso fica mais fácil e mostra que essa é uma daquelas pérolas que reafirmam que Belo Horizonte, a cidade que revelou ao mundo nomes seminais do metal extremo, como Sepultura e Sarcófago, ainda não esgotou sua fonte de música blasfema, pesada e furiosa.

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