Resenha: Leviathan Destroyer – Amen Corner

O Amen Corner é um dos principais nomes do black metal nacional. Vinda de Curitiba, a banda está na estrada desde 1992 e, perto de completar trinta anos, continua na ativa.

“Leviathan Destroyer” foi seu quarto registro em estúdio. Lançado originalmente em 2010, o petardo teve uma nova edição no ano passado, resultado de uma parceria entre as gravadoras Cogumelo Mutilation Records. A reedição é caprichada: além de ser em slipcase, ela traz um pôster da capa do álbum.

Curitiba é uma das melhores fontes do metal extremo do país – rivalizando com Belo Horizonte em seu ápice – e o Amen Corner faz jus à fama da cidade. Então um quarteto formado por Sucoth Benoth (vocal), Murmúrio (guitarra), Nocturnal Alastor Demon (baixo) e War Master (bateria), em “Leviathan Destroyer” a banda apresenta um black metal clássico, old school, que, se não tem nada de extraordinário, também não deixa nada a dever aos expoentes do gênero.

Assim sendo, depois da quase obrigatória intro “The Awakening”, o álbum é aberto propriamente com a faixa título. Aqueles que, assim como eu, desconheciam o som da banda, já são apresentados a algumas das principais características do seu trabalho: vocais gritados, ênfase no peso e em uma ambientação sombria, com uma boa dose de velocidade e técnica. Mas nada exagerado.

A ela se segue um dos destaques do álbum, “The Blood Tower”, com belos riffs de Murmúrio e um bom trabalho rítmico de Demon e War Master. “The Serpent’s Kingdom” e “Goddess of Deep Waters” mostram o lado mais cadenciado do Amen Corner, mas não se engane: o peso e a fúria continuam a guiar o trabalho do quarteto curitibano.

Fúria e peso que voltam de maneira arrebatadora em “In Poseidon’s Sea”, outro dos destaques individuais do álbum, juntamente com a mais climática, soturna e pesada “Infernal God”, cujo solo de guitarra é um dos mais legais de todo o álbum. Já “They Are Among Us”, que fecha os trabalhos, tem uma cadência bem mais lenta (por falta de palavra melhor) e traz Sucoth declamando a letra, lembrando um pouco o que Byron Roberts costumava fazer no Bal-Sagoth. Uma bela forma de encerrar um álbum cuja qualidade se mantém lá em cima o tempo todo.

Se você também não conhecia o trabalho do Amen Corner, “Leviathan Destroyer” é um belo cartão de visitas e um trabalho que nenhum fã daquele black metal que investe mais em climas soturnos e mórbidos pode deixar de ter em sua coleção.

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