Resenha: “Essential Morphine” – Warshipper

Com mais de 10 anos de estrada, o Warshipper vem, a cada vez mais, chamando a atenção do underground nacional graças ao excelente trabalho que mostra em cada novo lançamento.

Depois do excelente “Barren…” e da bem-vinda coletânea “Past Essentials”, o agora quinteto paulista formado por Renan Roveran (vocal/guitarra), Rafael Oliveira (guitarra), Theo Queiroz (guitarra, bateria, saxofone, teclados), Rodolfo Nekathor (baixo/vocal) e Roger Costa (bateria), o Warshipper soltou recentemente seu quarto álbum, “Essential Morphine”, com oito faixas – seis das quais inéditas – do mais puro e inventivo blackened death metal.

Uma das coisas mais atraentes no novo trabalho do Warshipper é justamente o fato de a banda não ter medo de se arriscar. Isso já acontece logo de cara, com “Religious Metastasis”, uma porrada de quase oito minutos que se mostra uma escolha arriscada para abrir um álbum dada sua duração. No entanto, tudo funciona tão bem nela que nem parece ser uma das músicas mais longas de um álbum que, no geral, só traz músicas longas. Mas, calma: não estou falando de nada similar a um álbum de progressivo, nada disso. A questão é que não há sequer uma faixa em “Essential Morphine” abaixo dos quatro minutos e meio. Mas, como o Warshipper sabe bem o que faz, nenhuma de suas músicas, independente da duração, parece cansativa. Muito antes pelo contrário.

“Migrating Through Personality Spectra” vem a seguir e é uma montanha-russa sonora, com a agressividade típica do grupo dando lugar a um saxofone suave e bem encaixado em seus momentos finais, que abrem lugar para mais pancadaria com “Perfect Pattern Watcher”. “Morphine” vem a seguir e dá aquela quebrada no ritmo, por ser uma canção onde a banda dá uma desacelerada. É uma música mais cadenciada, climática e que serve de ponte perfeita para a volta da agressividade em “The Night of the Unholy Archangel”, versão da banda para uma canção do Zoltar. “The Twin of Icon”, cover do Bywar, vem a seguir e mantém o clima agressivo, assim como “Magnificent Insignificance”. Já “Guilt Trip” é outra que quebra o ritmo e tem tanta criatividade envolvida, com algumas das melhores passagens instrumentais do álbum, que é um dos destaques individuais do álbum e – perdoem o clichê – fecha “Essential Morphine” com chave de ouro.

“Essential Morphine” mostra novamente a qualidade do Warshipper, independente da formação da banda, que aqui se apresenta afiada como nunca. Um dos grandes álbuns de música extrema do ano, ele foi lançado em formato físico caprichado – embalagem digipack com pôster 36×36 e encarte com letras e um texto contando um pouco da história da banda e do processo de gravação do álbum – pela Heavy Metal Rock. A versão digital está disponível nas seguintes plataformas digitais: SpotifyDeezerApple MusicAmazonYoutube.

Agradecimento: Som do Darma.

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