Resenha: “For a better world” – Twilight Aura

Apesar de ter três décadas desde a sua primeira fundação, a banda brasileira Twilight Aura lançou seu primeiro registro, “For a Better World” apenas esse ano. Com uma formação estabilizada com Daísa Munhoz (vocal), André Linhares Bastos e Rodolfo Elsas (guitarras), Filipe Guerra (baixo), Claudio Reis (bateria) e Leo Loebenberg (teclados), o sexteto apresenta um debut forte, balanceado e bastante consistente, com a qualidade das músicas lá em cima, ainda abrilhantada por diversos convidados ilustres.

Uma coisa que o Twilight Aura faz logo de cara é não tentar reinventar a roda. As influências da banda se focam, principalmente no power metal e no hard/heavy rock e é isso que se ouve aqui. Começando com a indefectível intro “Aura”, o álbum logo mostra ao que veio com “Inner Prison“, um power metal clássico com um belo trabalho de guitarras e Daísa cantando bem como sempre. Essa pegada se repete em “Prayer”, que tem a primeira participação ilustre do álbum, na figura de Rafael Bittencourt, guitarrista do Angra. Aqui, no entanto, Rafael divide as vozes com Daísa e, dentro de seu alcance vocal e técnica, faz bonito.

O pé é tirado do acelerador para “One Day”, uma balada na acepção da palavra: lenta, emotiva e com um refrão daqueles grudentos, muito legal. “One Day” é aquela música pra ser cantada no show com todo mundo levantando os celulares com as lanternas acesas imitando o que se fazia antigamente com isqueiros.

A coisa volta a acelerar com “Freedom”, que é mais uma música power metal padrão e isso não é demérito algum para ela. Jeff Scott Soto traz toda a sua versatilidade e poder vocal em “Living is More Than Surviving”. Sendo uma música cantada por Jeff, ela só poderia ter uma pegada mais hard rock que se encaixa muito bem na proposta do Twilight Aura.

“Limits of Reason” é uma semi-balada onde Daísa divide os vocais com Alessandro Del Vecchio. É mais um dueto que funciona muito bem, outra música onde se investiu em um daqueles refrãos de fácil assimilação. Já em “Rage” a influência parece ter vindo de músicas de abertura de animês clássicos, com uma roupagem power metal. Com um bom refrão e instrumental excelente, ela é um dos destaques individuais de “For a Better World”.

Por sua vez “Sunlight” volta à batida do hard rock. Com um instrumental bem balanceado e talvez o melhor refrão de todo o álbum ela concorre com “Rage” pela posição de melhor faixa de “For a Better World”.

Já na reta final, o Twilight Aura mete dois exemplares mais tradicionais de power metal em sequência: “Shouting in the Dark” e a longa “Twilight”. Com mais de 10 minutos de duração, ela fecha o primeiro álbum do Twilight Aura com chave de ouro.

Mesmo sendo apenas seu primeiro trabalho, o Twilight Aura se mostra uma banda madura. Seus compositores sabem o que querem e seus músicos fazem seu trabalho com maestria. Sendo uma banda de power metal, é claro que as guitarras – com riffs inspirados e solos bem encaixados – e o vocal se destacam. Mas a produção limpa não deixa os outros instrumentos no segundo plano. Isso, somado à qualidade das composições em si, fazem “For a Better World” uma bela estréia.

Lançado pela gravadora Metal Relics, o álbum está disponível em todos os serviços de streaming. A versão física, que vem em embalagem digipack e traz um encarte com fotos dos integrantes da banda e letras de todas as músicas, pode ser adquirido aqui.

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