“We the People” é prova de perseverança do Adrenaline Mob

Olha aí mais uma colaboração do Rodrigo ‘Piolho’ Monteiro para o Rock Master!

O Adrenaline Mob é uma das diversas bandas que o baterista Mike Portnoy criou após sua saída do Dream Theater. Ao contrário das demais (The Flying Colors, The Winery Dogs e Sons of Apollo), no entanto, Portnoy permaneceu no Adrenaline Mob por apenas dois anos, participando das gravações do álbum de estréia da banda, “Omertá” e dos EPs “Adrenaline Mob” e “Covertá”. Coube ao co-fundador da banda, o vocalista Russel Allen, seguir com o barco. E assim ele o fez, apesar de todas as adversidades enfrentadas pelo grupo. E bota adversidade nisso. Em seus sete anos de vida, o Adrenaline Mob trocou de membros nada menos do que sete vezes, sendo que dois de seus integrantes, o baterista A. J. Pero e o baixista David Z, faleceram enquanto excursionavam com a banda.

Lançado por aqui no segundo semestre do ano passado, “We the People” é o terceiro álbum do Adrenaline Mob, que, atualmente, conta com o guitarrista Mike Orlando e o baterista Jordan Cannata e é mais do mesmo. Não que isso seja ruim, muito antes pelo contrário.

Quando Portnoy e Allen anunciaram sua banda, todos pensamos que ela seria mais voltada para o metal progressivo, já que esse era o estilo no qual seus fundadores se especializaram ao longo de sua carreira. O que se viu na estréia, no entanto, foi um álbum de hard/heavy rock, com bastante influência do heavy metal, mas nada similar a Dream Theater ou Symphony X. O que o Adrenaline Mob trouxe em “Omertá” foi um som pesado, enérgico e divertido, onde a técnica apurada de seus membros ficou bem longe da virtuose, à exceção de um solo aqui e ali.

“We the People” segue essa mesma receita. O que temos aqui é um heavy rock bem feito, com boas melodias, solos de guitarra bem encaixados, bastante groove e refrãos grudentos, tudo isso embalado pela voz inconfundível de Russel Allen. Impressiona como o cara canta.

Com 13 faixas, “We the People” é um álbum sólido, com uma qualidade quase homogênea do começo ao fim. Claro, há altos e baixos, mas nada que faça o ouvinte pensar “nossa, essa música eles deveriam mesmo ter deixado de fora”, como acontece em muitos álbuns por aí. Como destaques eu mencionaria a faixa título, “The Killer’s Inside”, “Raise’em Up” as baladas “Bleeding Hands” e “Blind Leading the Blind”, além do cover para “Rebel Yell,” de Billy Idol, que fecha a bolachinha.

Um fato triste a se destacar sobre “We the People” é que ele foi o último álbum gravado pelo baixista David “Z” Zablidowsky, morto em um acidente com a van da banda em julho do ano passado. Isso, talvez, traga uma aura especial ao trabalho ainda que, de forma alguma, influencie – para o bem ou mal – na qualidade do álbum, que vai agradar tanto aos fãs quanto aqueles que querem escutar um bom álbum de rock/metal sem muitas “firulas”.

Agradecimentos: Hellion Records

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